O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 57

32

Por isso, Sr. Deputado Moisés Ferreira, deixo-lhe a seguinte pergunta: entende que a proposta do PSD

corrige as injustiças criadas, partindo eu do princípio que sim, visto que a aprovaram na maioria?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Bebiana Cunha.

A Sr.ª Bebiana Cunha (PAN): — Sr. Presidente, aproveito para saudar o Bloco de Esquerda pelo tema que

traz a debate e gostaria de dizer ao Sr. Deputado Moisés Ferreira que é por de mais evidente a falta de estratégia

em relação às políticas de saúde, nomeadamente no que diz respeito à valorização dos profissionais de saúde,

que requer, também, uma visão política de médio e longo prazo.

Infelizmente, tal não se tem verificado no nosso País e entendemos que é necessário que o Governo assuma

outros compromissos, seja na perspetiva da revisão das tabelas salariais, seja na perspetiva do

rejuvenescimento de profissionais, como é o caso dos médicos, seja, evidentemente, na correção de injustiças

criadas com algumas carreiras que, claramente, necessitam de ser revistas.

Sr. Deputado, gostaria de perguntar-lhe algo a partir de dois exemplos muito concretos sobre os quais o PAN

já se pronunciou, junto do Ministério da Saúde. No que diz respeito ao pagamento do subsídio de risco da

COVID-19, sabemos que está a ser cometida uma série de injustiças pelo País. Por exemplo, nos centros de

recolha, há enfermeiros que estão a recebê-lo, porque fazem o processo de recolha, mas os que fazem a

recolha, por sua vez, não o recebem. Outro exemplo muito concreto tem a ver com as administrações

hospitalares que decidiram dividir esse valor pelo número de profissionais. Já manifestámos junto do Ministério

da Saúde a necessária reposição de justiça no pagamento deste subsídio de risco extraordinário, pois o que é

devido aos profissionais de saúde deve ser-lhes entregue. Gostaríamos de saber se o Bloco de Esquerda nos

acompanha nestas reivindicações.

Trago-lhe ainda um outro exemplo também muito concreto. Em outubro de 2020, o Governo anunciava, no

caso dos profissionais de enfermagem, a transformação de mais de 900 contratos de trabalho precários em

contratos com outra estabilidade, em contratos justos. Ainda ontem ouvimos, relativamente ao Centro Hospitalar

do Tâmega e Sousa, que está em risco o posto de trabalho de 60 enfermeiros. Imagine-se, no contexto em que

vivemos, dispensar enfermeiros que dão resposta a necessidades estruturais do hospital que já existiam! Já

manifestámos a nossa posição junto do Ministério da Saúde no sentido de perceber se, efetivamente, vai intervir

para garantir estes profissionais.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr.ª Deputada, tem de concluir.

A Sr.ª Bebiana Cunha (PAN): — Sr. Presidente, irei concluir.

Gostaríamos de saber se o Bloco de Esquerda nos acompanhará nestas reivindicações.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado Moisés Ferreira, tem a palavra para responder a estes

dois pedidos de esclarecimento.

O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, gostava de agradecer as intervenções

e as interpelações feitas pela Sr.ª Deputada Carla Borges e pela Sr.ª Deputada Bebiana Cunha. Irei responder

pela ordem em que as intervenções foram feitas.

Sabemos que a carreira de técnico superior de diagnóstico e terapêutica foi feita em 2017, mas que, depois,

ficaram para regulamentação e aprovação posteriores uma série de matérias da maior importância, como, por

exemplo, as regras de transição, a tabela salarial, etc., que já só foram publicadas em 2019. Sabemos que,

nestes últimos dois anos, têm existido várias petições, várias greves, uma iniciativa legislativa de cidadãos com

dezenas de milhares de assinaturas, exatamente para poder ser aceite e debatida na Assembleia da República,

o que mostra um mal-estar junto destes profissionais e a forma injusta com que foram tratados pelo Governo,

numa negociação que terminou de forma unilateral e com uma carreira na qual os profissionais não se reveem

e os prejudica.