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22 DE ABRIL DE 2021

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Efetivamente, termos a esmagadora maioria dos profissionais colocada na categoria-base é promover uma

regressão de carreira e não uma promoção de carreira. Termos um apagão do tempo de serviço e dizermos que

alguém com 20 anos de serviço vai para a base de carreira, apagando-se completamente todo o serviço feito

para trás e todos os anos que estiveram no Serviço Nacional de Saúde, é obviamente gozar com quem trabalha.

Foi isto que o Governo fez nos últimos anos!

Por isso, parece-nos — e disse-o na tribuna — que o processo que está prestes a terminar na Assembleia

da República vai trazer bons resultados e é positivo. Por essa razão, em especialidade, acompanhamos várias

propostas, podendo estas ser do Partido Comunista Português, do PSD, nossas, etc. É fundamental garantir

transições mais justas, uma tabela salarial em conformidade com o trabalho e com a qualificação destes

trabalhadores e, também, garantir que não há apagões do tempo de serviço e dos pontos nem

descongelamentos numa carreira que até já tinha sido extinta. Portanto, há descongelamentos na atual carreira

exatamente para garantir progressão e valorização remuneratória nessa mesma carreira. Consideramos que o

processo pode trazer bons resultados e sublinhamos que não é a primeira vez que a Assembleia da República

trata de questões de carreira, porque o Governo também recusou tratar dessas questões.

O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — É verdade!

O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Quanto à pergunta da Deputada Bebiana Cunha sobre o subsídio de risco e

agradecendo novamente as questões, quero dizer que estamos completamente de acordo. O que foi desenhado

pelo Governo, e redesenhado, aliás, numa portaria posterior ao Orçamento do Estado, que ainda estrangula

mais o acesso ao subsídio de risco, na verdade, é uma forma de quase ninguém aceder ao subsídio de risco e

parece-nos que isso não é justo.

Por isso, temos até proposto, noutros projetos, por exemplo, que os profissionais de saúde tenham um

estatuto de risco e penosidade que é inerente ao exercício da sua profissão na área da saúde e que pode ter,

obviamente, majorações remuneratórias, etc.

Para terminar, Sr. Presidente, sobre a conversão de contratos de enfermeiros, parece-nos efetivamente

vergonhoso que, ainda em plena pandemia, se esteja a considerar que profissionais de saúde são descartáveis

e que, portanto, se contratem durante três, quatro ou cinco meses e que, depois, se mandem ir à sua vida. Tudo

como dantes. É vergonhoso!

Por isso é que também já propusemos um projeto de lei, que, infelizmente não foi aprovado, mas voltaremos

a insistir nessa proposta para a conversão destes contratos precários no Serviço Nacional de Saúde em

contratos por tempo indeterminado.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Vamos prosseguir com os pedidos de esclarecimento.

Tem a palavra, para formular as suas perguntas, a Sr.ª Deputada Alexandra Tavares de Moura, do PS.

A Sr.ª Alexandra Tavares de Moura (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, uma primeira palavra,

naturalmente, para agradecer ao Sr. Deputado Moisés Ferreira, do Bloco de Esquerda, que trouxe hoje esta

matéria a debate, a carreira e a recente aprovação das alterações à carreira dos técnicos superiores de

diagnóstico.

Começaria por dizer o seguinte: primeiro, a alteração à carreira dos técnicos superiores de diagnóstico e

terapêutica, assim como de outras, foi responsabilidade do Governo do Partido Socialista; segundo, o PS é

sensível — e demonstrou-o de forma clara — à iniciativa apresentada pelos cidadãos, mas essa razão não pode

ser suficiente para quebrar a regra de que estas matérias se tratam em sede de concertação social, num diálogo

que se quer permanente, ativo e vivo com os sindicatos.

Aliás, o PSD sempre o afirmou ao longo de todas as audições.

Vozes do PS: — É verdade! Agora já não se lembram!

A Sr.ª Alexandra Tavares de Moura (PS): — Foi o PSD que fez um «flic-flac» e que, apesar de ter dito,

durante as audições, que tal era matéria da concertação social e que era matéria da responsabilidade do

Governo, afinal, aprovou essas alterações.