22 DE ABRIL DE 2021
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A matéria de carreiras é uma delas, quer em relação a estes trabalhadores, quer em relação aos enfermeiros
e aos médicos. Por exemplo, a criação da carreira dos técnicos e auxiliares de saúde é outra questão que, de
facto, é relevante.
Sr. Presidente, para terminar, gostaria de dizer, muito brevemente, que o PCP tem apresentado propostas
concretas relativamente a estas matérias e a um conjunto de outras, como o combate à precariedade e a garantia
do subsídio de risco para todos os trabalhadores da área da saúde. Aliás, ainda no final de março apresentámos
propostas concretas relativamente a esta matéria.
A questão que lhe deixava, Sr. Deputado, era se, de facto, o Bloco de Esquerda acompanha este conjunto
de propostas que o PCP tem vindo a apresentar, sempre com o objetivo de valorizar os trabalhadores da saúde
e de valorizar o Serviço Nacional de Saúde.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra, para um pedido de esclarecimento, a Sr.ª Deputada
Cecília Meireles, do CDS-PP.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, queria começar por
cumprimentar o Sr. Deputado Moisés Ferreira, que trouxe aqui o tema dos profissionais de saúde, e gostava de
lhe dizer que, certamente, reconhecemos que aos profissionais de saúde, nesta época de pandemia — e
também antes dela, mas nesta época de pandemia —, muito lhes foi exigido. Não foram os únicos profissionais
que se mantiveram a trabalhar, mas foram eles que estiveram na linha da frente, a lidar com o que a pandemia
tinha de mais difícil e com os maiores riscos.
Dentro do sentido de responsabilidade que sempre temos quando tratamos de recursos públicos, porque os
recursos do Estado são os recursos que o Estado tira aos cidadãos, fomos favoráveis a que houvesse uma
recompensa a estes profissionais pelos riscos que sofreram. Da mesma maneira, em relação aos técnicos de
diagnóstico e em relação às várias injustiças de que se queixaram, com responsabilidade, fomos também
favoráveis a que pudesse ser reposta alguma justiça.
Isto dito, Sr. Deputado, há uma coisa que também gostava de referir. Falou-nos, e com todo o direito, dos
profissionais de saúde, mas eu gostava de falar não apenas dos profissionais de saúde mas dos utentes da
saúde, os doentes. É que temos, hoje, muito mais doentes à espera do que tínhamos no passado, num
movimento que tem sido de crescimento exponencial.
Portanto, gostava de perguntar-lhe se, entre ter um doente à espera ou admiti-lo no privado, não será melhor
que esse doente seja tratado no privado. Sei que a resposta será não, porque sei que, para si, ter esse doente
à espera é melhor, e, portanto, compreenda que os nossos critérios de justiça serão muito diferentes.
Também gostava de dizer, em relação a carreiras — pois esta não é a primeira vez que falamos em carreiras
—, que percebo e tentaremos sempre repor, quando possível, a justiça em várias carreiras. Mas não nos
enganemos, Sr.as e Srs. Deputados: a proliferação de carreiras na Administração Pública conduz sempre a
injustiças relativas.
Portanto, aquilo que devemos fazer é caminhar para uma análise conjunta de todas as carreiras e para uma
avaliação que seja material, e não apenas burocrática, de todas as carreiras da Administração Pública. Só isso
é que conduz à justiça.
Protestos do Deputado do PS Luís Moreira Testa.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado Moisés Ferreira, tem a palavra para responder.
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Gostaria de cumprimentar e de
agradecer as questões colocadas pelas Sr.as Deputadas Alexandra Tavares de Moura, Paula Santos e Cecília
Meireles.
Sr.ª Deputada Alexandra Tavares Moura, o Partido Socialista, na discussão na especialidade da carreira de
técnico superior de diagnóstico e terapêutica, na verdade, não reconheceu nenhuma injustiça nem nenhuma
necessidade de melhoria da carreira porque votou contra tudo. Uma coisa pode ser dizer umas palavras, mas,