I SÉRIE — NÚMERO 57
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Este é um setor que tem sido muito afetado e que saiu bastante fragilizado desta crise. E diga-se também
que todas as respostas que, de alguma forma, têm sido trazidas aqui pelas diferentes forças políticas, onde se
inclui o PAN, infelizmente, não têm sido aprovadas.
Há uma, porém, que não posso deixar de destacar, que, no Orçamento do Estado, o PAN conseguiu aprovar,
com o voto de apoio do PCP, que é uma proposta que pretende assegurar o mapeamento da precariedade do
setor da cultura, para que assim se possam tomar, então, as medidas que garantam a estabilidade e os direitos
destes profissionais, algo que não se vai conseguir, bem sabemos, só com o estatuto do intermitente.
Mas ainda há poucas semanas aprovámos uma proposta do PAN, também com o voto favorável do PCP,
que previa várias medidas de proteção. Em concreto refiro a necessidade de o Governo rever a Portaria n.º 37-
A/2021, de 15 de fevereiro, por forma a assegurar que o apoio extraordinário ao setor abrangia todos os
profissionais e não apenas alguns, devido ao Código de Atividade Económica, algo que o Governo bem tardou
mas que acabou por cumprir.
Acompanhamos plenamente a preocupação com o problema que referiu, Sr.ª Deputada, do apoio aos
profissionais e da delonga que tem existido, mas há aqui um outro aspeto que neste desconfinamento se tem
verificado e que tarda em ser cumprido, que se prende com o apoio em matéria de saúde pública,
nomeadamente na testagem e vacinação dos profissionais da cultura.
Parece-nos que é absolutamente imprescindível que o apoio à testagem seja garantido aos profissionais da
cultura. Queremos saber se o PCP acompanha a proposta que o PAN tem feito, para que esta seja devidamente
executada pelo Governo. Queremos saber se nos acompanham neste desiderato.
Há uma questão que não podemos aqui deixar de referir e que se prende com o que o CDS mencionou.
A Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa, infelizmente, veio trazer a este debate uma preocupação e veio carpir as
mágoas do lóbi tauromáquico, lamentando e lastimando que não tenham sido incluídos nos apoios à cultura.
Da parte do PAN, apenas temos a lastimar que o Governo tenha incluído o setor nos parcos 42 milhões de
euros que foram atribuídos à cultura. Mal seria se os profissionais da tauromaquia fossem incluídos em mais um
pacote de apoios quando os verdadeiros profissionais e artistas culturais têm passado por tantas necessidades,
sendo incompreensível que o CDS não tome o comboio para o século XXI e se continue a posicionar ao lado
de atividades manifestamente anacrónicas. Mal seria se o Estado…
O Sr. Presidente (António Filipe): — Queira concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Estou mesmo a concluir, Sr. Presidente.
Mal seria se o Estado andasse a financiar a tortura animal.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado Paulo Rios
de Oliveira, do PSD.
O Sr. Paulo Rios de Oliveira (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Ana Mesquita,
saúdo o Grupo Parlamentar do PCP e a Sr.ª Deputada por trazerem este tema a debate, dizendo, contudo, que
o setor da cultura tem sido resiliente e corajoso e o PSD não desiste do setor da cultura, mas já quase desistiu
da Ministra.
Se analisarmos o comportamento do Ministério da Cultura ao longo deste último ano, a verdade é que
recordamos várias coisas, todas relevantes.
A primeira foi que a Sr.ª Ministra disse que os apoios eram transversais e mandou o setor da cultura para o
Ministério da Economia e da Transição Digital. Recordam-se? Foi ou não foi assim?
Depois, criou um apoio extraordinário de 1 700 000 € para os profissionais, de urgência. Para o setor da
comunicação social foram 15 milhões. Mesmo assim, demorou um ano; mesmo assim, muitos ficaram para trás.
A Sr.ª Deputada recorda-se do que aconteceu com aquele documento indigente que foi a transposição da
diretiva do audiovisual, que tentámos muito melhorar e, mesmo assim, não fomos longe?
A Sr.ª Deputada recorda-se da luta que foi para o PSD, que andou a reclamar 2% do PRR para a cultura,
semanas e semanas?
Vozes do PSD: — Muito bem!