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I SÉRIE — NÚMERO 60

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ridícula a existência de uma nova rota. Comprovou-se que essa rota existe, ou pode existir, que ela é

relevante, e a sua primeira resposta que deu há pouco ao meu colega do PSD é interessante. Trata-se

exatamente daquilo que lhe queria perguntar e vou manter a pergunta, apesar da sua resposta. Ou seja, a

resposta a esse tipo de situações, à imigração ilegal, é a imigração legal, como é evidente, e é por aí que

devemos ir.

A resposta à situação do Norte de África, e em particular de Marrocos — sendo que muitos desses

imigrantes poderão não vir diretamente de Marrocos —, é, por um lado, obviamente, a parceria em termos de

ajuda e desenvolvimento e, por outro, os acordos de imigração legal.

Fico satisfeito que esses acordos estejam a ser negociados e o que lhe pergunto, Sr.ª Ministra — e, mais

uma vez, estamos a falar de uma área transversal, também poderia fazer a pergunta ao seu colega dos

Negócios Estrangeiros —, é qual o exato ponto de situação destes acordos, ou seja, se nos poderia dizer mais

alguma coisa sobre o seu conteúdo e se são, ou não, só com Marrocos.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva.

Sr.ª Ministra, faça favor.

A Sr.ª Ministra de Estado e da Presidência: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Telmo Correia, a sua questão, em concreto, é se podemos dizer que há, ou não, uma rota de imigração ilegal. Era isso que estava

em causa.

O que lhe posso dizer é que a existência dessa rota está sob investigação e temos de procurar ter as

respostas possíveis.

Sobre os acordos, posso dizer-lhe que, neste momento, encontram-se em fase de negociação acordos com

vista à organização e fluxos de mobilidade laboral com Marrocos, Moldávia e Índia, e a criação, como sabe, de

um espaço de mobilidade na CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra a Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real. Sr.ª Deputada, faça favor.

A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Membros do Governo aqui presentes: Nesta primeira ronda, e para facilitar, adianto, desde já, à Sr.ª Ministra que tenho três perguntas

muito concretas para lhe colocar.

Começo pelas matérias da igualdade de género.

A Sr.ª Ministra concluiu a sua intervenção inicial falando em sustentabilidade, mas no que respeita à

igualdade de género a situação é manifestamente insustentável. E os dados falam por si, Sr.ª Ministra.

Apesar do trabalho que tem sido feito, sabemos, todos e todas, que a crise provocada pela COVID-19 tem

deixado as mulheres para trás e as estatísticas dão nota disso mesmo: há um muro que tem sido erguido no

fosso que separa homens e mulheres e não o estamos a conseguir derrubar.

Senão, vejamos: em cada 100 crianças que tiveram de ficar em isolamento profilático, 84 ficaram ao

cuidado da mãe.

Os apoios sociais que surgiram durante a suspensão das atividades letivas foram, na sua larga maioria,

requeridos pelas mulheres. Aliás, as mulheres foram, também, a maioria dos profissionais essenciais que

estiveram na linha da frente do combate à crise.

Uma vez mais, também foram as mulheres quem mais perdeu o seu rendimento. Enquanto que um homem

perdeu 5,4% do seu rendimento, uma mulher perdeu 8,1%. E são também as mulheres o grupo mais

vulnerável à pobreza e exclusão social.

Ouvimos, muito recentemente, a Sr.ª Ministra falar, numa entrevista, das preocupações que tem

relativamente à igualdade de género, preocupações que secundamos, mas o que precisamos hoje de saber,

Sr.ª Ministra, é, das palavras à ação, da preocupação às políticas públicas, o que, efetivamente, vai ser feito

para garantir que estamos a combater a pobreza de forma estrutural.