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29 DE ABRIL DE 2021

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O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem, agora, a palavra a Sr.ª Deputada Romualda Fernandes.

A Sr.ª Romualda Fernandes (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra de Estado e da Presidência, Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs. Deputados, a questão que aqui trago, Sr.ª Ministra, prende-se com o Plano

Nacional de Combate ao Racismo e à Discriminação para o período de 2021-2025, recentemente colocado em

consulta pública, até 10 de maio, o que, desde já, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista saúda, tratando-

se de uma medida do Programa do Governo com vista a concretizar o direito à igualdade e à não

discriminação, um alicerce da democracia portuguesa, constitucionalmente consagrado.

Este plano reflete a determinação do Governo na valorização plena da diversidade que integra a sociedade

portuguesa e que a enriquece e em combater o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e a intolerância

associada a estes fenómenos, em linha com o Novo Plano de Ação da União Europeia contra o Racismo

2020-2025.

É uma estratégia nacional assente numa visão de comunidade que procura a inclusão, que rejeita a

exclusão social, que é transversal, intersectorial e interseccional, e que, embora com ênfase na prevenção e

no combate ao racismo e à discriminação, não descura também o combate a todas as formas de

desigualdades e a todas as situações de exclusão social, em linha com políticas de promoção da inclusão

social, de crianças e jovens de contextos socioeconómicos mais vulneráveis, no âmbito do Programa

Escolhas, em vigor desde 2001 e criado também por um Governo do Partido Socialista.

Só desta forma se consegue unir todas as vítimas da exclusão para, juntos, lutarmos contra o populismo,

os nacionalismos fechados e agressivos, que estimulam ódios e ressentimentos.

Saúdo ainda a auscultação da sociedade civil e atores relevantes, através do Grupo de Trabalho para a

Prevenção e o Combate ao Racismo e à Discriminação, durante a fase de preparação deste plano.

Pergunto-lhe, Sr.ª Ministra, se entre as diferentes áreas de intervenção que o plano preconiza há alguma

ou algumas que considere mais prioritárias e que possam alavancar as outras.

Por fim, pergunto-lhe se é expectável a aplicação deste plano ainda durante este ano.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade.

A Sr.ª Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade (Rosa Monteiro): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Romualda Fernandes, relativamente ao processo de elaboração e produção deste documento,

agora em consulta pública, devo referir que já temos, ao dia de hoje, 40 contributos na plataforma

ConsultaLEX, o que muito nos agrada, pois o que queremos é um plano muito participado e discutido de forma

ampla. Como sabemos, esse documento resultou também de um processo muito participado, a partir de um

grupo de trabalho que trabalhou intensivamente desde novembro até à data de um primeiro relatório

preliminar. Contou também com a contribuição de um conjunto de áreas governativas centrais neste combate

que é também multidimensional.

Portanto, a nossa perspetiva é a de que ele seja aprovado ainda durante a nossa Presidência da União

Europeia, o que seria também simbólico.

Respondendo à sua segunda questão, devo dizer que há medidas que são de arranque imediato e,

portanto, serão tomadas ainda durante 2021.

As áreas fundamentais foram identificadas como 10 áreas, nomeadamente a governação, a informação e o

conhecimento. E aqui temos, como alicerce fundamental de uma transformação que é necessária no combate

à discriminação ético-racial e ao racismo, a formação e a capacitação de profissionais e também a produção,

hoje aqui já tão sublinhada, de informação, de conhecimento e de dados, como mecanismo fundamental para

a produção de políticas mais eficazes neste domínio.

Diria que a área da educação é também, ela mesma, estruturante em termos não só de conteúdos, mas

também do combate a fenómenos de segregação entre escolas e, dentro das próprias escolas, a dimensão do

ensino superior, respeitando sempre a autonomia das instituições do ensino superior, a dimensão do