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30 DE ABRIL DE 2021

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Já passou tanto tempo, Sr. Deputado, desde que estamos a discutir investimento privado e investimento

público e o PSD já teve tempo para encontrar uma calculadora qualquer dentro do seu partido e para dizer ao

Parlamento e ao País qual é a proporção certa de apoio ao investimento privado e de apoio ao investimento

público.

O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — O senhor não percebeu!

O Sr. Carlos Pereira (PS): — Sr. Deputado, teve tantas oportunidades para o fazer!

Os Srs. Deputados do PSD têm dito «não, é pouco apoio para o investimento privado», mas hoje aconteceu

algo hilariante, Sr. Ministro. Já ouvi de tudo no PSD — já ouvi uns Deputados dizerem que havia pouco apoio

ao investimento privado e outros, noutra ocasião, dizerem que havia pouco apoio ao investimento público —,

mas hoje aconteceu uma síntese fantástica. Hoje, o mesmo Deputado disse que havia pouco apoio ao

investimento privado e pouco apoio ao investimento público. Isto é memorável, Sr. Deputado! Isto tem de ficar

na história, porque não sei como é que o Sr. Deputado fez isso!

Aplausos do PS.

Se há pouco apoio ao investimento privado, o Sr. Deputado tem de dizer que investimentos públicos quer

tirar do PRR. Mostre a lista ao Parlamento e mostre aos portugueses em que áreas quer tirar apoio. É na

habitação? É no Serviço Nacional de Saúde? Onde quer tirar esses apoios?!

Protestos do Deputado do PSD Afonso Oliveira.

É preciso que os portugueses saibam qual é a alternativa do PSD e que não ouçam apenas um chorrilho de

críticas em que não há nada de concreto, nada de responsável, nada de objetivo.

A terceira nota que queria dar tem que ver com a TAP, Sr. Deputado. E vale a pena falar da TAP, não na

sequência da sua intervenção, Sr. Deputado, mas na sequência da intervenção de outro Deputado do PSD que

dizia que a TAP era uma «casa dos horrores». Por acaso, fui consultar o que se passava com o resto das

companhias de bandeira para perceber, afinal, que horror tão grande é esse que se passa com a TAP.

Só para o Sr. Deputado compreender, bem como os restantes Srs. Deputados do PSD, deixo-lhe três

indicadores.

O primeiro indicador é sobre resultados líquidos: os da TAP caíram 68%; os da Lufthansa caíram 65%; os da

KLM caíram 59%; e os da IAG caíram 69%. Não me parece que a TAP seja um «horror» assim isolado.

O segundo indicador é sobre a procura: na TAP, caiu 73%; na Lufthansa, caiu 75%; na KLM, caiu 67%; e, na

IAG, caiu 74%. Ou seja, tudo em linha com as companhias europeias.

O terceiro indicador é sobre as ajudas de Estado, que é o que o Sr. Deputado gosta de aqui trazer: para a

TAP, o que está no programa de reestruturação são 3,4 mil milhões de euros; para a Lufthansa são 11,4 mil

milhões, quatro vezes mais; para a KLM são 15 mil milhões de ajudas do Estado.

Há uma pergunta a que o PSD também tem de responder: o que fazia com a TAP, Sr. Deputado? Deixava

cair a TAP?! Então assuma que a deixava cair! Se não a deixasse cair, qual era o caminho que seguiria? Isto é

algo a que o Sr. Deputado tem de responder.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Mesquita, do PCP.

A Sr.ª Ana Mesquita (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Ministro, o PCP considera que

muitas das respostas que estão por dar no Programa de Estabilidade dizem respeito aos trabalhadores. Entre

eles, aos trabalhadores das artes e da cultura, que muitas dificuldades têm sentido no acesso aos apoios sociais

e que, ainda hoje, lutam contra a errada exclusão dos apoios por motivos tão simples como serem membros de

órgãos estatutários não remunerados.