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I SÉRIE — NÚMERO 63

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queremos para fazer face a essas alterações climáticas, mas isso não se pode fazer sem falarmos de alterações,

de raiz, do modelo de produção.

Deixo-lhe, pois, essa pergunta porque ao longo dos anos e, especialmente nesta Assembleia, temos

percebido que, por parte do PAN, muitas vezes não tem existido esse avançar tão longe quanto seria necessário

neste modelo de produção. Essa era a pergunta que deixava.

Sobre o investimento público e ligando com a questão da transição para modelos mais justos e com as

alterações climáticas — e vou terminar, Sr. Presidente —, queria perguntar-lhe, Sr.ª Deputada, se o PAN

acompanha este reforço e esta ideia de que o investimento público é necessário para fazer face não só às

alterações climáticas mas também até aos desafios que temos, provocados pela própria pandemia,

nomeadamente na questão dos transportes, um ponto essencial para fazermos essa luta, e, em especial, na

ferrovia, que, durante demasiadas décadas, foi sendo abandonada e que necessita, neste momento, de um

reforço bastante robusto. Sr.ª Deputada, pergunto se o PAN acompanha esta matéria.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real, do PAN. Faça favor, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Sr. Presidente, começo, desde já, por agradecer às Sr.as Deputadas e aos Srs. Deputados as questões que me colocaram.

Desde logo, Sr. Deputado Hugo Oliveira, em relação às suas perguntas, penso que não esteve propriamente

atento à minha intervenção, porque dei exemplos muito claros de onde o PAN optaria por cortar, e não

precisamos de ir à saúde. É que, de facto, na saúde, o investimento público…

Risos do Deputado do PS Hugo Oliveira.

O Sr. Deputado ri-se, mas até agora o investimento público tem estado cativado.

Nós podemos dar outro nome à austeridade, e temos estado atentos ao que o Governo tem feito e ao que

não tem feito. E exemplos não faltam: sejam os 10 milhões de euros da caça, que ainda agora o seu Governo

deu, de mão beijada, ao setor, seja o subinvestimento na agricultura biológica — e se o Sr. Deputado estivesse

atento, teria tido o cuidado de ouvir — de 3 milhões de euros. Não é assim que se muda o paradigma nem que

se apoia os agricultores a terem boas práticas.

Em relação ao agronegócio — em que o seu Governo tem optado também por, mais uma vez, estender a

mão e por continuar a dar esse investimento —, também não precisamos de ficar por aí. Compreendo que seja

um léxico que, muitas vezes, vos é alheio, mas basta ver aquilo que é o debate da banca. Por exemplo, sobre

os muitos milhões de euros que têm ido para a banca, o PAN já deixou muito claro que, por nós, é aí que o

Governo tem de cortar e não no bem-estar das populações e menos ainda na saúde ou na educação.

Relativamente às questões colocadas pelo PCP — e, desde já, agradeço, Sr. Deputado —, queria dizer, de

uma forma bem clara, que para o PAN é evidente que consideramos urgente romper com as políticas que têm

sido desenvolvidas. No caso do ambiente, é uma política que tem de ser transversal aos diferentes espectros

políticos. Sr. Deputado, quando falamos em romper apenas com a direita, não nos podemos esquecer que

muitas vezes o conservadorismo da esquerda, que tantas vezes tem apoiado a agricultura intensiva e

superintensiva, também não tem contribuído para esta transição. E nós ouvimos a rejeição. Quando o PAN vem

falar em retirar, por exemplo, as isenções aos setores pecuários intensivos e superintensivos, todas as forças

políticas têm votado contra.

Portanto, Sr. Deputado, de facto, há que atender que o ambiente tem de ser transversal às preocupações de

todos os setores políticos e não apenas de alguns. Para esse debate, contará, certamente, com o PAN, porque

não nos furtaremos ao mesmo.

Sr.ª Deputada Sofia Matos, referiu uma questão à qual não posso deixar de retorquir. É muito bonito vir aqui

falar do Orçamento do Estado e da abstenção, quando o PAN fez avançar as suas causas no Orçamento do

Estado. Curiosamente, quando é para dar a mão ao PS para reduzir os debates quinzenais ou para reduzir os