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I SÉRIE — NÚMERO 63

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Mas, como não basta definir objetivos, importa também avaliar e monitorizar a implementação da estratégia,

pelo que foram estabelecidas metas específicas e quantificáveis.

Destas, sublinho as metas relativas à gestão de resíduos provenientes das atividades marítimas, com

estratégias para a promoção de utilização de embalagens reutilizáveis; a meta de classificar áreas marinhas

protegidas em 30% das águas marinhas nacionais, com um terço destas áreas com proteção total,

acompanhando, assim, o movimento internacional de alargamento da rede de Áreas Marinhas Protegidas, por

forma cumprir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável n.º 14 da Agenda 2030; a meta de assegurar o

crescimento do emprego na economia azul nacional; o reforço do envolvimento das organizações de produtores

na gestão sustentável de cada stock de pesca, promovendo-se a efetiva cogestão da pesca com os vários

intervenientes; e a meta de aumentar a produção aquícola nacional para 25 000 t por ano, entre muitas outras.

Uma dimensão muito valorizada nesta estratégia é a da descarbonização da economia, com o

desenvolvimento de processos de produção mais limpos, aumentando a sua eficiência no uso de recursos e de

energia e assegurando um aproveitamento sustentável dos recursos naturais, dentro dos limites regenerativos

dos ecossistemas, salvaguardando a devida proteção ambiental.

É necessário não esquecer que o oceano contribui com mais de 50% do oxigénio que respiramos e que as

suas zonas costeiras continentais, onde se incluem as pradarias marinhas, florestas de macroalgas, sapais e

massas de fitoplâncton, se constituem como importantes sumidouros de carbono, fundamentais para a

manutenção da vida do planeta. De referir que, ainda no mês passado, o Grupo Parlamentar do PS apresentou

um projeto de resolução que vai neste sentido de se aumentar a proteção destes ecossistemas costeiros.

Importa notar que, no atual contexto de crise pandémica, o desenvolvimento da economia do mar e a criação

de emprego são prioridades óbvias em que importa apostar, visto estar demonstrado que a dimensão da

economia do mar é significativa no ranking dos principais setores da economia nacional com potencial para

crescimento.

De referir que o Plano de Recuperação e Resiliência, um dos vários instrumentos financeiros que será usado

para implementar a estratégia, tem inscritos 252 milhões de euros para investimentos ligados à investigação,

economia azul, segurança pesqueira e desenvolvimento do Cluster do Mar dos Açores. A esta verba acresce,

ainda, 300 milhões de euros do próximo quadro financeiro plurianual e de fundos da ciência, a que se podem

candidatar empresas e instituições.

Uma nota final para sublinhar que a recuperação económica no pós-COVID passa por redefinirmos o nosso

modelo de desenvolvimento económico e, acima de tudo, os nossos comportamentos e estilos de vida. Para tal,

será necessário envolver todas e todos, jovens e menos jovens, num processo de transformação alicerçado no

conhecimento científico, onde a literacia do oceano terá um papel fundamental e determinante para a

manutenção e sobrevivência de muitas espécies, entre as quais a espécie humana.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, a Mesa regista a inscrição de cinco Srs. Deputados para pedir esclarecimentos.

O Sr. Jorge Costa (BE): — E também o Bloco de Esquerda, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: — O Bloco de Esquerda não estava inscrito, mas, desta vez, vamos partir do princípio de que alguém não tomou nota.

Nesse caso, estão inscritos seis Srs. Deputados. Como pretende responder, Sr.ª Deputada Ana Passos?

Três a três, seis a zero, zero a seis?

A Sr.ª Ana Passos (PS): — Sr. Presidente, respondo três a três.

O Sr. Presidente: — Muito bem, Sr.ª Deputada. Para iniciar a primeira série de três pedidos de esclarecimento, tem a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Rocha

Ferreira, do Grupo Parlamentar do PSD.