7 DE MAIO DE 2021
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direitos eleitorais, o PSD também nunca se furta. Portanto, Sr.ª Deputada, às vezes, é melhor ter cuidado com
aquilo que se afirma.
Em relação a este debate e à execução dos fundos — porque, nesse caso, o PS e o PSD, o bloco central,
são muito amigos —, aquilo que verificamos é que há um desinvestimento sucessivo, Governo após Governo,
nas diferentes matérias. E o PSD não é muito diferente do PS naquilo que respeita à agricultura intensiva e
superintensiva e às políticas que tem seguido. Portanto, o apelo que deixamos ao PSD é que, de uma vez por
todas, comece a votar favoravelmente as medidas que procuram tornar mais sustentável as políticas ambientais.
Por fim, e evidentemente com a tolerância da Mesa, porque não queria deixar de responder à Sr.ª Deputada
Isabel Pires, queria dizer que o PAN deixou bem claro, desde o primeiro momento em que entrou nesta
Assembleia e no que têm sido as suas políticas, que há uma mudança de paradigma que tem de ocorrer na
forma como desenvolvemos e fazemos crescer o País.
O Sr. Presidente: — Obrigado, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — A economia não pode continuar a subjugar os interesses ambientais nem a proteção animal.
Assim, quer por via das taxas, quer por via do incentivo ao modelo económico, é fundamental que se mude
a forma como o País está a desenvolver-se e a crescer.
Muito obrigada pela tolerância, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: — Para uma declaração política, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Passos, do Grupo Parlamentar do Partido Socialista.
A Sr.ª Ana Passos (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Há muito que o mar se constitui como um traço identitário português que nos orgulha e que nos transporta ao tempo dos corajosos navegadores, que
se aventuraram «Por mares nunca dantes navegados».
Esta relação imemorial que mantemos com o mar não nos pode deixar ficar fechados no passado, mas, sim,
servir de inspiração para estabelecer um outro tipo de ligação mais racional, reconhecendo este setor como um
dos principais ativos estratégicos para o futuro desenvolvimento do País, especialmente agora em contexto de
pandemia, onde o uso inteligente do oceano e dos respetivos recursos naturais poderão ter um papel decisivo
em alavancar o bem-estar da sociedade e o seu desenvolvimento económico.
Congratulamo-nos com o facto de o atual Governo continuar a dar ao mar a importância central que lhe é
devida, ao apresentar uma proposta de Estratégia Nacional para o Mar para o período de 2021-2030, que aposta
numa abordagem inovadora, integrada e completamente alinhada com as exigências dos tempos atuais.
De realçar que este documento estratégico apresenta uma visão alicerçada na promoção, e passo a citar,
«de um oceano saudável para potenciar o desenvolvimento azul sustentável, o bem-estar dos portugueses e
afirmar Portugal como líder na governação do oceano», apoiando-se no conhecimento científico e cumprindo,
assim, com um objetivo inscrito no Programa do XXII Governo Constitucional.
Importa destacar que a atual proposta de Estratégia Nacional para o Mar apresenta princípios orientadores
perfeitamente alinhados com a Agenda da ONU, com a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento
Sustentável 2021-2030, com o Pacto Ecológico Europeu, com a Política Marítima Integrada da União Europeia
e com a recente Estratégia Europeia para a Biodiversidade. Este alinhamento com os instrumentos
internacionais permitirá contribuir para objetivos comuns, de modo a enquadrar as políticas do mar e a fortalecer
o posicionamento geopolítico e geoestratégico de Portugal.
De sublinhar que a estratégia se encontra focada em 10 grandes objetivos para a década, que, por sua vez,
são complementados por 13 áreas de intervenção prioritária que os reforçam, contribuindo para a concretização
dos mesmos.
Assim sendo, pela relevância destas dimensões, permitam-me destacar alguns dos objetivos: combater as
alterações climáticas e a poluição e restaurar os ecossistemas; fomentar o emprego e a economia azul circular
e sustentável; descarbonizar a economia e promover as energias renováveis e a autonomia energética; estimular
o conhecimento científico, o desenvolvimento tecnológico e inovação azul; e, por último, incrementar a
educação, formação, cultura e literacia do oceano.