13 DE MAIO DE 2021
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O Sr. João Paulo Correia (PS): — Não bastando isso, o PSD achou por bem que devia mesmo avançar com o requerimento de auditoria do Tribunal de Contas, para que o Tribunal de Contas viesse dizer que, afinal,
a gestão do Novo Banco e as chamadas de capital do Novo Banco ao Fundo de Resolução pecavam por
graves erros. A auditoria não diz nada disso.
Então, o Sr. Deputado Rui Rio e o PSD passam também a menorizar esta auditoria, dizendo que esta
auditoria não serve, e tornam a insistir numa segunda queixa à Procuradoria-Geral da República.
É um embaraço para o PSD, como também é um embaraço para o PSD e para o CDS não lembrarem que
quem vendeu o Novo Banco foi o Banco de Portugal.
Vozes do CDS-PP: — Não, não!
O Sr. João Paulo Correia (PS): — E quem o Banco de Portugal contratou para vender o Novo Banco foi o Dr. Sérgio Monteiro, ex-governante da coligação PSD/CDS, que andou a vender o Novo Banco, contratado
pelo Banco de Portugal.
Por falar em galinhas, colocar o Dr. Sérgio Monteiro a vender o Novo Banco é a mesma coisa que colocar
uma raposa à porta do galinheiro. Foi muito isso que aconteceu.
Aplausos do PS.
É preciso falar com rigor e com verdade, quando se fala da venda do Novo Banco.
O que estava em cima da mesa, em 2017?! Primeiro, estava a liquidação do Novo Banco. Liquidar
significaria criar mais um universo de lesados, que iriam exigir indemnizações do Estado, mais um fundo de
recuperação de créditos de centenas de milhões de euros, a escalada dos juros da dívida pública em centenas
de milhões de euros e, obviamente, iria provocar um risco sistémico, numa altura em que a Caixa Geral de
Depósitos se estava a recapitalizar e em que o BCP e o BPI (Banco Português de Investimento) estavam em
processos de reestruturação e de recapitalização. A liquidação era o pior cenário.
O segundo cenário, como defenderam o Bloco e o PCP, era o de colocar o Novo Banco na esfera pública.
Aliás, o PSD, agora, numa ideia de arrependimento, tenta recuperar um pouco que essa teria sido a melhor
solução, mas não é intelectualmente honesto por parte do PSD defender que o Novo Banco devia ter ficado na
esfera pública, porque o PSD sabe qual seria a consequência imediata. É que colocar o Novo Banco na esfera
pública representava auxílio de Estado; auxílio de Estado obriga à intervenção da Comissão Europeia e a
Comissão Europeia iria determinar, de imediato, um haircut nos ativos do banco superior a 50 %, o que iria
obrigar o Estado português a injetar milhares e milhares de euros no balanço da Caixa Geral de Depósitos, o
que seria insuportável.
Aplausos do PS.
Depois, o Estado português era obrigado a vender o Novo Banco em 2017. É importante dizer isto. E por
que razão era obrigado a vender o Novo Banco em 2017?! Porque alguém falhou na venda do Novo Banco em
2015.
Aplausos do PS.
Pedro Passos Coelho, Maria Luís Albuquerque e Carlos Costa, em 2014, no dia 3 de agosto, prometeram
duas coisas. Prometeram que o Novo Banco era um banco de transição, que seria vendido no espaço de dois
anos, e falharam. Prometeram que o Novo Banco não teria custos para os contribuintes, inventaram este
modelo e falharam também.
Portanto, a liquidação não era solução e a esfera pública não era solução. A venda foi a única solução. É
isso que o Tribunal de Contas veio dizer.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Não, não é!