I SÉRIE — NÚMERO 64
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Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra o Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo.
O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Sr. Presidente, peço 19 segundos de tolerância, por favor. Veremos como vai evoluir essa situação, relativamente ao Novo Banco.
Tenho aqui uma nota curricular do Ministro Eduardo Cabrita: quando o MAI (Ministério da Administração
Interna) comprou golas antifumo, que eram inflamáveis, o ministro ficou; quando demorou meses a assumir as
responsabilidades no caso de Ihor Homeniuk, o ministro ficou; quando o contrato com o SIRESP chegou ao
fim sem renegociação, a culpa era da Altice, mas o ministro ficou; quando houve as filas intermináveis no voto
antecipado às presidenciais não só o ministro ficou como foi a festa da democracia; para resolver a situação
sanitária de Odemira — já falámos sobre isto —, o ministro fica; ontem, houve a festa do título do Sporting,
não havia plano absolutamente nenhum e continua aqui o ministro.
Portanto, um ministro que é incompetente, que é mau nas decisões e é pior nas justificações, fica.
Porquê?! Dizem que é porque andou consigo na escola.
Risos do Primeiro-Ministro, António Costa.
É altura de saber, Sr. Primeiro-Ministro, quem é que andou consigo na escola, para este Parlamento saber
quem é inimputável neste País.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Primeiro-Ministro, António Costa.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Cotrim de Figueiredo, o Deputado Telmo Correia, de facto, também andou comigo, pelo menos, na faculdade.
Não sou capaz de reconstituir a lista de todos os meus antigos colegas de escola, desde a escola primária,
desde o pré-escolar, que fiz no jardim infantil Luso-Suíço, até ter feito uma pós-graduação na Universidade
Católica. Foram muitas centenas. Só na Faculdade de Direito fomos umas largas centenas.
Mas há uma coisa inequívoca, de que todos ficámos cientes: quando o Sr. Deputado Cotrim de Figueiredo
for Primeiro-Ministro, o Sr. Ministro Eduardo Cabrita não será ministro. Creio que ele ficará muito satisfeito com
isso.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Grupo Parlamentar do Partido Socialista, através do Sr. Deputado João Paulo Correia, para pedir esclarecimentos ao Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, o discurso do PSD sobre o Novo Banco peca por duas graves omissões.
Em primeiro lugar, o Sr. Deputado Rui Rio esqueceu-se de recordar a grande conclusão da auditoria do
Tribunal de Contas, que diz que a venda do Novo Banco salvaguardou o interesse público porque evitou a
liquidação do banco, que teria tido custos brutais para as finanças públicas e para os contribuintes.
Aplausos do PS.
O Sr. Deputado Rui Rio fez uma queixa à Procuradoria-Geral da República, que arquivou essa queixa, e
apareceu, depois, a criticar, ainda há pouco, a própria atuação da Procuradoria-Geral da República.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Não, não! Está baralhado!