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13 DE MAIO DE 2021

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Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Ainda no uso do tempo de que o Grupo Parlamentar do PSD dispõe, tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Sérgio Marques.

O Sr. Sérgio Marques (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Em primeiro lugar, uma palavra sobre a Cimeira do Porto. Sim, é positivo tratarmos de

reforçar o modelo social europeu. É positivo mas também muito oportuno, tendo em vista os enormes desafios

sociais que a pandemia, a demografia e as transições digital e ecológica colocam ao modelo social europeu.

A justiça social é o valor mais diferenciador da identidade europeia. É bom que a ponhamos em relevo,

precisamente quando acabámos de comemorar o Dia da Europa e foi lançada a Conferência sobre o Futuro

da Europa.

Mas, Sr. Primeiro-Ministro, na Cimeira Social do Porto, gostaria de ter visto um maior enfoque na

convergência social como expressão da necessidade de maior coesão social e territorial.

As disparidades sociais são imensas no espaço europeu. Existem regiões, como por exemplo as regiões

ultraperiféricas, que estão confrontadas, quase sistematicamente, com níveis superiores de desemprego e de

pobreza e com mais dificuldade em garantir acesso a cuidados de saúde de qualidade.

Dito isto, é importante, no entanto, não esquecer que a Europa corresponde ao espaço mundial mais

avançado em termos sociais. Cerca de 50% de toda a despesa social é realizada na Europa. Mas

representamos só 7% da população mundial e 23% da economia global. Para esta realidade, bem como para

a necessidade de a Europa ser mais competitiva, chamou-nos a atenção a Chanceler Merkel, em 2012.

Teremos condições diminuídas para sustentar o modelo social, se não formos mais competitivos. A par da

prioridade ao pilar social, gostaria de ter visto na Presidência portuguesa a mesma atenção dada ao pilar da

competitividade, tal como, aliás, aconteceu na Estratégia de Lisboa.

Mas, para sermos mais competitivos, para libertarmos o potencial de crescimento que a nossa economia

encerra, é imperioso fazer reformas, sendo este um objetivo no âmago do Semestre Europeu e do Plano de

Recuperação e Resiliência. Só fazendo as reformas necessárias Portugal irá crescer à volta dos 4%, livrando-

nos da estagnação em que nos encontramos há mais de 20 anos, para assim deixarmos de caminhar em

passo acelerado, de novo, para a cauda da Europa.

É por isso preocupante, Sr. Primeiro-Ministro, a aversão, a falta de vontade em fazer reformas que V. Ex.ª

manifesta. A este respeito, é sintomática a falta de transparência que levou a quase omissão das reformas na

versão do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) para consumo interno.

Sr. Primeiro-Ministro, não posso por isso terminar sem lhe perguntar: vai continuar com essa alergia às

reformas? Irá fazê-las o mais tarde possível e apenas na medida do estritamente necessário, para satisfazer o

estabelecido com Bruxelas?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — É a vez do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda. Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Fabíola Cardoso.

A Sr.ª Fabíola Cardoso (BE): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Srs. e Sr.as Deputadas e todas as pessoas que contribuem para os trabalhos parlamentares: Não deixa de ser

simbólico que, depois da Cimeira Social do Porto, o debate europeu de hoje seja sobre os instrumentos de

governação económica da União.

Mesmo depois de a pandemia, que ainda atravessamos, nos ter mostrado o quanto somos frágeis e

dependentes de sistemas de saúde pública fortes, de respostas sociais universais e da capacidade de uma

resposta europeia que seja, desta vez, solidária, mesmo assim, continuamos a colocar no centro da

governação a comparação de indicadores económicos e financeiros.

O PIB e o défice, mas não a taxa de emprego, as diferenças salariais entre mulheres e homens ou outros

indicadores sociais e ambientais serão a medida do sucesso. A régua que nos mede semestralmente continua

a deixar de lado o progresso social e ambiental, essenciais para um propalado desenvolvimento inclusivo e