13 DE MAIO DE 2021
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painel de indicadores sociais, incluindo indicadores sobre as taxas de emprego, designadamente a taxa de
desemprego dos jovens, e indicadores sobre as diferenças entre géneros no emprego. Esse painel de
indicadores revisto deve fazer parte, doravante, do Semestre Europeu, ou seja, dos mecanismos e dos
critérios que utilizamos para coordenar as nossas políticas económicas.
O Sr. Deputado João Almeida disse, e bem, que a política social é tipicamente uma política nacional.
Sabemos, pelo menos desde 2000, desde a Estratégia de Lisboa, que temos um poderoso método
comunitário, o método de coordenação, para sinalizar em conjunto metas que queremos atingir — em que
temos de ser claros e precisos na definição dessas metas —, fazendo, depois, o exercício do
acompanhamento e da aproximação a essas metas por cada um dos Estados-Membros.
Outra decisão muito importante tomada na Cimeira Social do Porto foi a de que faremos uma revisão a
meio do percurso, em 2025, do plano de ação para a implementação do pilar europeu dos direitos sociais.
Todos nos comprometemos com metas precisas: 78% de taxa de emprego; redução para metade das
diferenças que há hoje entre homens e mulheres no que respeita à empregabilidade; 60%, pelo menos, dos
adultos em ações de formação, no mínimo uma vez por ano; 80% da população adulta com competências
digitais básicas; redução para menos de 10% da atual taxa dos chamados «nem nem», os jovens que nem
trabalham nem estudam; e diminuição do número de pessoas em risco de pobreza, cujo número, segundo os
critérios europeus calculados, deverá diminuir em pelo menos 15 milhões.
Temos metas precisas, cada um pode seguir um caminho, é a sua responsabilidade, é a sua soberania,
cada um pode seguir o seu ritmo, mas todos estamos implicados nessas metas que nos são conjuntas e no
exercício de coordenação das nossas políticas.
Ora, como bem chamou a atenção a Sr.ª Deputada Edite Estrela, no último fim de semana não ocorreu
apenas a Cimeira Social do Porto, ocorreu também o primeiro evento de concretização da Conferência sobre o
Futuro da Europa, e é muito importante olharmos para estas duas iniciativas em paralelo. Porquê? Porque,
basicamente, elas, no seu conjunto, significam que as instituições europeias querem ter consigo neste
caminho não só os Estados-Membros como também os parceiros sociais e o conjunto dos cidadãos.
A Conferência sobre o Futuro da Europa é o envolvimento do conjunto dos cidadãos, das organizações
representativas da sociedade civil e das organizações não governamentais neste caminho da construção
europeia, em que esse envolvimento é centrado não na enésima discussão sobre a arquitetura institucional
mas, sim, nas políticas públicas concretas para responder às necessidades concretas e aos projetos concretos
dos cidadãos.
A Cimeira Social do Porto significa também o envolvimento dos parceiros sociais, todos os cinco parceiros
sociais europeus, representando os trabalhadores, os empregadores e a sociedade civil, que lá estiveram
presentes, tendo todos subscrito um compromisso comum — o Compromisso Social do Porto. É a primeira vez
que um compromisso social desta amplitude é subscrito não só por todos os parceiros sociais europeus, mas
também pela Comissão Europeia e pelo Parlamento Europeu.
Aplausos do PS.
Claro que a política social tem de estar casada com a política económica. Nós precisamos de crescer
economicamente para termos, por exemplo, as contribuições sociais e os impostos, que nos servem para
financiar a segurança social e a proteção social.
O Compromisso Social do Porto também dá resposta a uma outra questão. Se o Sr. Deputado Sérgio
Marques fizer o favor de ver quais são as três grandes áreas em que o Compromisso se exprime, reparará que
a segunda área, absolutamente decisiva, é a das qualificações e da formação. Esse é o melhor motor da
competitividade.
Ao mesmo tempo, quando consideramos, pensando verdadeiramente no valor acrescentado da
Presidência portuguesa, que não basta olhar para a dupla transição e que é preciso pôr no centro da nossa
atenção o reforço do modelo social europeu, queremos dizer que o modelo social europeu é um dos principais
motores da competitividade económica europeia e, para tirarmos todo o partido da transição digital e da
transição climática, é preciso aumentar as qualificações, aumentar o emprego e a empregabilidade e reforçar a
proteção social.
Portugal não mudou a sua posição em relação ao conflito na Palestina. Portugal diz tudo isto e é por dizer
tudo isto que é respeitado por todas as partes. E o que eu vou dizer agora aqui já o disse hoje de manhã ao