I SÉRIE — NÚMERO 69
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agentes à volta deste evento. Um evento que se quer que seja importante para o País e, mais uma vez, uma
montra para que Portugal possa continuar a receber, com segurança, mais e mais turistas.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra para uma intervenção o Sr. Deputado Pedro Morais Soares, do Grupo Parlamentar do CDS-PP.
O Sr. Pedro Morais Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs. Deputados: Discutimos hoje uma PPL (proposta de lei) que pretende estabelecer um regime fiscal específico no âmbito da
final da competição UEFA Champions League 2020/2021, que ocorrerá, no Porto, no dia 29 de maio.
Como sabemos, esta final estava anteriormente prevista para ser realizada na Turquia, em Istambul, mas,
nomeadamente por dificuldades levantadas pelo Governo britânico a todos os membros das comitivas dos
clubes finalistas, o Manchester City e o Chelsea, que viajassem até à Turquia, a UEFA decidiu transferir o jogo
para o Estádio do Dragão, no Porto. Como também sabemos, a Turquia atravessa uma fase muito difícil no
combate à pandemia, encontrando-se, atualmente, com cerca de 20 000 casos diários, o que levou a que
Inglaterra a colocasse na lista vermelha.
Em primeiro lugar, importa analisar se a realização deste evento traz, ou não, aspetos e oportunidades
positivos para Portugal, dos pontos de vista económico e turístico. Do ponto de vista do CDS, esta iniciativa traz,
sem dúvida, aspetos muito positivos, mas, recentrando a intervenção na proposta de lei, Sr. Secretário de
Estado, ao analisá-la, verifica-se que a mesma aplica um regime muito semelhante aos regimes aplicados no
âmbito do Euro 2004, das finais das Ligas dos Campeões que se realizaram 2014 e em 2020 e da Supertaça
Europeia, em 2019.
De forma simplificada, do que estamos a tratar é de uma não tributação das entidades organizadoras, das
associações dos países e clubes participantes, dos agentes desportivos que não sejam considerados residentes
em território nacional. Dito isto, o CDS não pode deixar de fazer uma crítica, pois é pena que o Governo tenha
esta sensibilidade fiscal para entidades não residentes e não a tenha para os residentes, visto que a astronómica
carga de impostos sobre as famílias e sobre as empresas tem sufocado os portugueses e estrangula a atividade
económica.
Uma vez que também estamos a falar de futebol, não posso de deixar de fazer referência a mais duas críticas.
Em primeiro lugar, quanto à ausência de planeamento por parte da Administração Interna, da Câmara de Lisboa,
da DGS, da Secretaria de Estado do Desporto relativamente aos festejos do título do Sporting, na semana
passada. Empurram todos a culpa uns para os outros e ninguém é responsável, é Portugal no seu pior.
Mas, note-se, o Governo permite que haja público no Estádio do Dragão na final da Champions, mas na final
da Taça de Portugal, que vai ocorrer no próximo domingo, entre dois clubes portugueses, o Benfica e o Braga,
o Governo português não permite que haja público no estádio. Ou seja, os ingleses podem ir ao estádio na final
da Champions, mas os portugueses não podem ir à final da Taça de Portugal. Nem que fossem 5000 adeptos,
Sr. Secretário de Estado.
Por último, queria deixar a nota de que, neste ano, fomos poupados a anúncios com pompa e circunstância
por parte do Sr. Primeiro-Ministro e, felizmente, não tivemos de o ouvir dizer, como no ano passado, que esta
final era um prémio merecido para os profissionais de saúde. Felizmente, neste ano, não tivemos de ouvir isto.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Secretário de Estado: Tal como as propostas anteriores, esta
também não será inviabilizada pelo CDS, mas não podemos deixar de fazer críticas. Ou seja, os portugueses
não podem ir à final da Taça de Portugal porque não houve planeamento nos festejos do título do Sporting, mas
os ingleses, cerca de 15 000, podem ir à final da Champions League.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Alberto Fonseca, do Grupo Parlamentar do PSD.