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I SÉRIE — NÚMERO 75

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Por isso, queria agradecer à Assembleia da República por termos tido a oportunidade de vir aqui

apresentar e discutir este plano. É importante que a sociedade o faça e é importante também dizer — e isto

não é só uma impressão, é um convencimento que tenho — que as escolas estão bem mais apaziguadas e

que entenderam bem melhor o plano do que alguma parte deste Hemiciclo, que tantas e tantas vezes quis

criar ruído, mas não procurou entender verdadeiramente aquilo que foi apresentado no Dia Mundial da

Criança.

As escolas, na sua sapiência, no seu entendimento, mas também na sua autonomia, conseguiram entender

aquilo que estava a acontecer naquele dia, aquilo que foi auscultado com anterioridade e a forma como a

tutela foi respondendo às ansiedades, a todas as necessidades e, acima de tudo, às grandes aspirações que

têm as nossas escolas para continuarem — volto a dizer — a trabalhar com os nossos alunos para que

verdadeiramente esse trabalho seja feito em cada agrupamento de cada um dos nossos municípios, em cada

escola não agrupada, em cada uma das turmas e, acima de tudo, com cada uma das nossas crianças,

independentemente da sua condição de partida. Isto é algo que também nunca nos podemos esquecer. Há

menos de 20 anos tínhamos 45% de abandono escolar. Hoje temos, nos números do primeiro trimestre de

2021, 6,5%. Tanto se falou de rankings, tanto olhámos para os rankings, mas nunca nos podemos esquecer

que, em 2002, esses 45% nunca chegavam a fazer exames, pelo que a performance cega desses mesmos

rankings de cada uma das nossas escolas acabavam por demonstrar só uma parte das nossas comunidades

educativas.

Felizmente, muitos desses jovens agora não abandonam, muitos jovens dessas famílias estão na escola

até à conclusão da escolaridade obrigatória. Por isso, a escola pública está de parabéns por continuar a fazer

aquilo que lhe compete: integrar todos, formar todos e educar cada um dos nossos alunos.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Também para encerrar o debate, tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Paula Santos, do Grupo Parlamentar do PCP.

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Queria, em primeiro lugar, dirigir uma palavra de saudação a toda a comunidade educativa que, durante estes últimos

tempos, tempos difíceis, fez um esforço enorme para dirigir e assegurar o melhor da escola pública para os

estudantes — os professores, os técnicos especializados, os auxiliares de ação educativa, administrativos, os

pais e, naturalmente, os estudantes.

Este tempo de epidemia que vivemos mostrou também a importância da escola pública para combater as

desigualdades e para assegurar o direito à educação para todos.

Aplausos do PCP.

Em boa hora, o Grupo Parlamentar do PCP marcou o debate sobre a preparação do próximo ano letivo.

Identificámos os problemas com que a escola pública se confronta e apresentámos soluções para a sua

resolução.

Neste debate, suscitámos diversas questões que ficaram sem resposta. Perante problemas concretos que

afetam a escola pública, os seus trabalhadores e os estudantes, o Governo não toma as medidas necessárias

para que o próximo ano letivo se inicie em total normalidade.

Constrói uma narrativa que mais não passa de palavras vãs sem qualquer correspondência com a

realidade.

Durante o debate, ficámos a saber que, afinal, não há plano de recuperação de aprendizagens! Se o plano

ainda não está concluído, qual foi a intenção do Governo para o anunciar dado que ainda não existe?

Isto só vem confirmar a avaliação que o PCP fez no debate, ou seja, que, para o Governo fazer que faz,

aquilo que foi apresentado não passa de anúncios generalistas.

As escolas não precisam de anúncios generalistas, precisam de saber agora com o que contam. Não vai

ser em setembro, quando as aulas estiverem a iniciar, que será o tempo de preparar as estratégias para a

recuperação das aprendizagens.