I SÉRIE — NÚMERO 4
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de amianto, uma velha reivindicação, uma velha aspiração. Estamos, pois, à beira de acabar com o amianto nas
escolas, o que é algo muito importante.
Aplausos do PS.
Portanto, temos continuado a reforçar a infraestrutura da escola pública.
Neste ano letivo, pela primeira vez, em termos de mobilidade interna e em termos de contratação inicial,
fizemos uma dotação para as escolas mais cedo do que alguma vez tinha sido feito. E as escolas têm os meios,
por contratação da própria escola e por complementação de horários, para continuar a responder à contratação
que é dinâmica.
Como a Sr.ª Deputada falou, e bem, de medidas estruturais, queria fazer uma pergunta concreta e creio que
era importante para o País que o PCP respondesse.
O Governo está a trabalhar, é sabido publicamente, na revisão do regime de recrutamento de docentes para
que eles possam ter maior estabilidade de carreira, para que as escolas e os projetos educativos possam ter
maior estabilidade e para que todo o País tenha direito aos recursos para docentes de que necessita.
Os estudos estão a ser feitos — estudos de necessidades a cinco e a 10 anos — e, provavelmente, serão
apresentados, segundo informação que foi dada na Comissão de Educação. Nessa base, já se iniciaram
conversas, embora não saiba com que nível de formalidade, mas a verdade é que já começaram encontros com
os sindicatos. Esta é uma reforma de fundo que o País tem de fazer para resolver os problemas dos professores,
da escola e da escola pública.
Pergunto: o Partido Comunista Português está disponível para um diálogo a pensar no País, a pensar nos
alunos, a pensar nas crianças, a pensar nos jovens e que seja capaz de modernizar o sistema de recrutamento
de docentes no nosso País?
Era muito importante termos uma resposta afirmativa por parte do PCP a esta pergunta, porque esta é, sem
dúvida, uma das medidas estruturais que está no Programa do Governo e de que mais necessita o País e a
escola pública.
Aplausos do PS.
Entretanto, assumiu a presidência o Presidente, Eduardo Ferro Rodrigues.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Cláudia André, do Grupo Parlamentar do PSD.
A Sr.ª Cláudia André (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Alma Rivera, sabemos que os dois últimos anos letivos têm trazido consequências dramáticas para todos os portugueses,
consequências essas que ainda se tornaram mais graves dada a incapacidade de resposta do Governo e a
incapacidade de ação do Sr. Ministro da Educação, que continua sem conseguir responder à maior parte dos
problemas do sistema educativo, que já hoje foram aqui elencados na sua maioria.
A falta de professores é, efetivamente, um grave problema. Aliás, 80% dos agrupamentos de Lisboa iniciaram
o ano letivo sem a maioria ou a totalidade dos docentes e 150 000 alunos nestas e noutras áreas iniciaram o
ano letivo sem todos os docentes. Há, efetivamente, uma grave e preocupante falta de professores.
O Sr. Adão Silva (PSD): — É verdade!
A Sr.ª Cláudia André (PSD): — O facto é que já no ano passado podíamos ter proferido estas frases — elas este ano continuam atuais —, uma vez que no ano passado este foi um problema muito complicado de resolver
e este ano continuamos exatamente com o mesmo problema. Tivemos um concurso nacional de professores e
nada foi feito neste entretanto. Os problemas continuam exatamente os mesmos.
Também para a recuperação das aprendizagens foi apresentado um grande plano — foi um show-off bonito,
mas ilusório.