8 DE OUTUBRO DE 2021
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vai ter um custo, não só o custo associado a essas escolhas, como o custo das outras escolhas que deixamos
de fazer. E é neste momento em que se fala de escolhas, em que se reflete sobre escolhas, que temos de
perceber muito bem isso, que temos de perceber que acreditar no Serviço Nacional de Saúde é acreditar
também na sua sustentabilidade. Neste ano, a despesa em recursos humanos está a crescer 10% e temos de
ter bem a consciência daquilo que é esta aposta, mas também daquilo que ela implicou.
Aplausosdo PS.
OSr. Presidente (José Manuel Pureza): — O Sr. Primeiro-Ministro deseja ainda intervir para responder. Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro:— Sr. Presidente, dado que o Sr. Deputado do PCP João Oliveira ainda vai fazer uma pergunta, utilizarei o tempo de que disponho no final.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem então a palavra, para formular a sua pergunta, o Sr. Deputado João Oliveira.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, registo a sua resposta e sublinho uma verdade que já é conhecida há muito tempo: não há quem possa instrumentalizar os profissionais do Serviço Nacional
de Saúde com o objetivo de destruir o Serviço Nacional de Saúde se os problemas dos profissionais estiverem
resolvidos. E registo que, em relação à questão das carreiras e em relação à questão da valorização dos
salários, que coloquei, não apenas a propósito do Serviço Nacional de Saúde, mas também na educação, nas
forças de segurança, na justiça — temos muitas outras áreas onde isso continua a ser uma verdade
indesmentível —, essa valorização é o primeiro elemento da resposta a quem procura instrumentalizar os
problemas do Serviço Nacional de Saúde para o atacar, com o objetivo de o destruir.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para concluir, Sr. Deputado.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Concluo, Sr. Presidente, apenas para deixar um elemento de registo, pois já não posso colocar a pergunta com todos os elementos que a mesma implicava, acerca da situação
verdadeiramente alarmante que se continua a verificar nos CTT (Correios de Portugal), com a degradação do
serviço, com o despedimentos de trabalhadores, com os dramas e as dificuldades que estão a ser criadas em
enormíssimas zonas do País, com a falta de resposta do Governo relativamente àquilo que é a exigência, que
continua a colocar-se, de controlo público da empresa para assegurar o serviço público postal.
Também em relação a isso, Sr. Primeiro-Ministro, no tempo que ainda lhe resta, gostava de ter a perspetiva
de uma outra opção relativamente a esta resposta, num setor que é um setor verdadeiramente estratégico
para o desenvolvimento do País.
Aplausosdo PCP.
OSr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem, agora, sim, a palavra, para responder, o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Oliveira, muito telegraficamente, relativamente à evolução salarial na Administração Pública, diria o seguinte: em primeiro lugar, o facto de ter
havido todos os anos aumentos do salário mínimo nacional impactou muito significativamente em milhares de
funcionários públicos.
Em segundo lugar, pela primeira vez desde o início do século, pelo menos, o princípio do descongelamento
das carreiras, das promoções e das progressões tem estado a ser mantido, creio eu, pelo quinto ano
consecutivo, o que nunca tinha acontecido em todo este século.
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Muito bem!