21 DE SETEMBRO DE 2023
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O Sr. Bruno Dias (PCP): — Exatamente!
O Sr. Duarte Alves (PCP): — Mas, Srs. Deputados do PS, só há a função redistributiva se a distribuição da
receita for feita de forma progressiva e se os impostos servirem para financiar serviços públicos universais,
gratuitos e de qualidade.
O Sr. João Dias (PCP): — Aí está!
O Sr. Duarte Alves (PCP): — E a política do PS, que nega a justiça fiscal porque continua e até agrava as
borlas fiscais e que desinveste nos serviços públicos em nome do défice, é uma política que descredibiliza e
destrói a função redistributiva dos impostos.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Essa é que é essa!
O Sr. Duarte Alves (PCP): — O País precisa de mais justiça fiscal. Precisa de propostas como as que o
PCP agora apresenta e de investir na escola pública, no SNS, na habitação, na cultura, nos transportes, no
investimento público necessário ao desenvolvimento do País.
É nessa perspetiva que o PCP continuará a travar este debate.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — O Sr. Deputado tem um pedido de esclarecimento. Para formular esse
pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Diogo Cunha, do Grupo Parlamentar do PS.
O Sr. Diogo Cunha (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado, é curioso como, a
poucas semanas de se discutir o Orçamento do Estado para 2024, a bancada do PSD tenha agendado este
debate.
Protestos da Deputada do PSD Clara Marques Mendes.
Felizmente para o País, a redução gradual de impostos está em curso e, em 2024, pela mão do PS, vai
continuar a baixar.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Diogo Cunha (PS): — Continuaremos a ouvir vozes do PSD contra o PS: ora não tem ambição, ora
foi longe demais. Se fosse pela ambição do PSD, estaríamos a fazer poucochinho. Foi assim nos anos do
Governo, e é assim que o PSD leva de oposição.
Sr. Deputado Duarte Alves, para o PCP, não há riqueza que não reverta a favor do Estado.
O PS sentou-se à mesa do diálogo. Fê-lo com os grandes distribuidores, com o IVA zero, com as
gasolineiras, e está a fazê-lo com a banca para agir sobre o problema das prestações.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — E está a ser espetacular!
O Sr. Diogo Cunha (PS): — Sabemos que não concordamos em tudo: é normal e é da democracia. O PCP
defende a descida de impostos e o PS, com bom senso, faz o mesmo, mantendo o equilíbrio das contas
públicas.
Gostávamos de entender o porquê de o PCP se juntar à direita no ataque ao Governo. E ficamos na
dúvida: o Grupo Parlamentar do PCP está de acordo ou não com as alterações que o Governo fez nos
impostos?