21 DE SETEMBRO DE 2023
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O Sr. João Cotrim Figueiredo (IL): — Porque não? Desculpe, Sr. Deputado, se está a dizer, «eu
orçamentei, não consigo lá chegar, vamos corrigir», isso é a mesma coisa que propor-nos que, agora que tem
receita mais, se devolva às pessoas. Não sei se gosto.
Mas vamos à especialidade. Não se preocupe, será viabilizado.
Quanto à isenção de IRS e TSU em pagamentos adicionais de salários até 6 % do total, acho que a vossa
definição não é tão clara como, por exemplo, a proposta da CIP que apareceu ontem no pacto social. Mas lá
está, é mais uma matéria que, em especialidade, podemos tratar.
E depois há as propostas más, estatistas ou sonsas, e às vezes são as três coisas juntas. É o exemplo da
proposta do Chega relativa à contribuição sobre o setor bancário. É uma proposta má,…
O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Ai é?
O Sr. João Cotrim Figueiredo (IL): — … porque não só cria mais impostos, como os bancos cujos lucros
inesperados sejam taxados passam a ter prejuízos inesperados subsidiados.
O Sr. Rui Rocha (IL): — Claro!
O Sr. João Cotrim Figueiredo (IL): — Connosco não.
Protestos do CH e contraprotestos da IL.
Depois, o regime dos residentes não habituais que o Bloco de Esquerda quer acabar é a típica proposta
sonsa. O Bloco sabe muito bem que o Estado não poupa 1500 milhões de euros nenhuns se acabar com este
regime. Sabe muito bem! Se amanhã…
Protestos do BE.
Não, está escrito na vossa proposta.
É um exemplo daquilo que posso chamar de «xenofobia do bem», que já não é a primeira vez que o Bloco
de Esquerda o faz.
Protestos do BE e do Deputado do PCP Duarte Alves.
Com a proibição da compra de casas por estrangeiros é igualzinho!
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Não era o outro, o «Mariana Mortágua»?
O Sr. João Cotrim Figueiredo (IL): — Portanto, é a típica proposta sonsa. Bem feitas as contas, é uma
proposta que não sei — porque não fiz as contas, podemos tentar fazê-las — se não acaba a prejudicar o
erário público.
Quanto à proposta do Livre, supostamente sobre o combate à fraude e à evasão fiscal, é outra proposta
sonsa. O objetivo não é acabar com a flagrante injustiça, que ninguém aqui discute, da evasão e da elisão
fiscal. Não é! É uma sinalização de virtude, mais uma vez. Se a preocupação fosse essa, falava de evasão
fiscal, falava de elisão fiscal, falava do que é que isso podia, de facto, trazer de receitas adicionais e dizia que
essas receitas adicionais iam ser aplicadas na redução de impostos. E não o faz! Nem uma palavra, nem uma
letra, nem uma vírgula sobre redução de impostos, nada!
O Sr. Rui Tavares (L): — Mas é sobre evasão fiscal, homem!
O Sr. João Cotrim Figueiredo (IL): — Para o Livre, os impostos estão muito bem: as pessoas deviam era
pagar mais. Está absolutamente claro para o Livre que devíamos era pagar mais impostos.