I SÉRIE — NÚMERO 3
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O Sr. Sérgio Ávila (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado Duarte Alves, o essencial
nesta matéria não é só apenas contas certas, é termos um equilíbrio orçamental estrutural.
Ora, o equilíbrio orçamental estrutural é muito diferente do equilíbrio orçamental nominal. Isto porque o que
nos garante que os benefícios e que os direitos se mantenham ao longo do tempo, independentemente da
variação da conjuntura, é termos a garantia de que as decisões que tomamos sobre a despesa, que é
permanente, e sobre a receita, que é permanente, sejam equilibradas, porque é a única forma de protegermos
o Estado social, é a única forma de protegermos o investimento e é a única forma de protegermos o
investimento público.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — E o salário mínimo? E o IRS?
O Sr. Sérgio Ávila (PS): — Esta é a maior garantia que podemos dar às gerações futuras.
Aplausos do PS.
Mas é, essencialmente, a maior garantia que podemos dar de que as conquistas de hoje não sejam
revertidas no futuro, como aconteceu no passado.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Alexandre Poço,
do Grupo Parlamentar do PSD.
O Sr. Alexandre Poço (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: É nosso dever inquietarmo-nos
com o que estamos, enquanto comunidade, a construir para todos aqueles que se esforçam, para todos
aqueles que trabalham, que investem o seu tempo, a sua sabedoria, para se formar e para garantir que o País
tenha mais qualificações.
Mas, quando pensamos naquilo que o País tem feito para todos estes jovens altamente qualificados, é fácil
chegarmos à conclusão — a realidade aí está para o provar — de que o País tem sido «padrasto» dos seus
jovens.
Aplausos do PSD.
Todos sabemos que, para lá da retórica ou das intenções partidárias, os números da emigração jovem
continuam elevadíssimos, já que saem todos os anos milhares de jovens qualificados do nosso País.
Ora, o PSD faz desta situação uma leitura simples: tempos e problemas excecionais exigem medidas
estruturais.
Não temos, Sr.as e Srs. Deputados, um discurso fácil sobre o tema, nem apresentamos soluções
supostamente salvíficas. Porém, assumimos que a imigração desesperada ou forçada é hoje uma das maiores
preocupações da nossa sociedade. Por isso, não nos resignamos a que o País tenha para oferecer aos seus
jovens dois grandes pesadelos: os baixos salários e a falta de habitação.
Aplausos do PSD.
Os salários dos jovens — também não acreditamos — não sobem por decreto. E todos sabemos o
desastre que têm sido os oito anos de políticas do Partido Socialista na área da habitação.
Recentemente, o PSD apresentou uma medida que se destaca pela sua ousadia, pela sua coragem, mas
também pela sua ambição. Um regime fiscal próprio para todos os jovens que, até aos 35 anos, possam assim
conseguir pagar taxas substancialmente mais baixas do que aquelas que pagam hoje, excluindo naturalmente
os jovens que estão no último escalão do IRS.