I SÉRIE — NÚMERO 4
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possa aproveitar os empregos verdes e qualificados do futuro. É uma transformação estrutural da nossa economia e da nossa sociedade que está em curso e a União Europeia tem, naturalmente, de ajudar.
Depois, referiu-se ao tema da habitação, que é, essencialmente, uma matéria de competência nacional, mas é um problema transversal a toda a Europa. Hoje em dia, todos os meus colegas, os meus homólogos dos outros Estados-Membros, me falam deste assunto. É um problema essencial em, praticamente, todas as grandes cidades europeias e, portanto, faz sentido — como assinalámos na carta — que a União Europeia estude este problema, desde logo, e promova instrumentos que permitam responder a este problema. Este é, sobretudo, um problema dos jovens, como, aliás, a própria Presidente da Comissão Europeia reconheceu, no início do seu discurso, e, portanto, é essencial que também a União Europeia se dote de mecanismos para poder responder a esta necessidade dos europeus, em particular dos mais jovens.
O Sr. Deputado Rui Lage refere que a Presidente da Comissão tem as prioridades certas, sem cedências, designadamente, a forças ou a visões que, a meu ver, são perniciosas para o futuro do projeto europeu. De facto, o comprometimento, o compromisso com a transição ecológica, com o combate às alterações climáticas, com esta revolução verde que está em curso e que tem de se manter, com a necessidade do respeito pela natureza — naturalmente, salvaguardando as atividades económicas, mas protegendo e salvaguardando o capital natural e o nosso planeta — e, também, a ideia de que temos de ser justos, solidários e humanistas no que diz respeito à imigração e de que precisamos de canais regulares e seguros de imigração, porque, na verdade, só assim podemos combater os flagelos que sistematicamente vamos vendo no mar Mediterrâneo, isso sim são prioridades certas, em que não há cedências.
Infelizmente, nos últimos meses, temos visto, progressivamente, um deslizar e um aproximar a visões populistas, nacionalistas, e essas cedências são preocupantes. São preocupantes, à medida que nos aproximamos de umas eleições europeias, e é bom ver que a Comissão Europeia está no lugar certo.
Aplausos do PS. O Sr. Presidente: — Passamos, agora, ao tempo reservado às perguntas do PSD, começando pelo Sr.
Deputado Ricardo Sousa. Tem a palavra, Sr. Deputado. O Sr. Ricardo Sousa (PSD): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, Sr. Secretário de Estado, Sr.as e Srs. Deputados:
Deixem-me começar por manifestar a minha perplexidade pela posição manifestada pelo Sr. Deputado Rui Lage, porque, ao que tudo indica, o Chanceler Scholz, o Presidente Sánchez e até o próprio Dr. António Costa estão na disponibilidade de apoiar uma recandidatura da Sr.ª Ursula von der Leyen.
Aplausos do PSD. Portanto, a pergunta que fica é esta: estará o Dr. António Costa feito com a extrema-direita? Vozes do PSD: — Muito bem! O Sr. Ricardo Sousa (PSD): — Essa é a pergunta que se impõe… Aplausos do PSD. … e que, se calhar, explicaria algumas manifestações que aqui temos visto. A Sr.ª Presidente da Comissão proferiu, na semana passada, o seu último discurso de mandato sobre o
estado da União, e é natural que tenha sido um discurso de balanço. Em 2019, quando se iniciou o mandato desta Comissão, a Europa estava longe de imaginar o que a
esperaria: uma pandemia, que, na sua dimensão, só é comparável com aquilo que se passou há um século, e um conflito militar que não tem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial.
A Sr.ª Maria Emília Apolinário (PSD): — Muito bem!