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I SÉRIE — NÚMERO 16

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Por isso, a primeira mensagem que também queria deixar à oposição é a de que percebemos que se atire

com algo que serve para medir a relação da administração com o cidadão para se fazer uma responsabilização

de um Governo.

Mas um dado que foi omitido neste debate, e eu percebo porquê, é que, mais de metade das queixas que

são reportadas à Provedora de Justiça, 53 %, são arquivadas por reposição da situação da legalidade. Este é o

dado que todas as oposições, preocupadas com os direitos do cidadão, não conseguem constatar neste debate,

pois preferem agigantar fantasmas, preferem agigantar o falhanço,…

Aplausos do PS.

… mas não reconhecem que mais de metade das queixas que foram feitas foram resolvidas, por ter sido

reposta a legalidade.

Por isso, também queria destacar que este relatório corresponde a uma nova organização orgânica da

Provedoria de Justiça, e todos nós nos lembramos das múltiplas audições que aqui tivemos, a respeito deste

relatório, sempre que era constatada a falta de meios e a dificuldade em cumprir com duas exigências: por um

lado, o dever especial de acolhimento do Provedor de Justiça, que é uma imposição constitucional; por outro, a

necessidade de garantir uma resposta adequada em tempo oportuno. Vimos que esta alteração vai ao encontro

destes objetivos e queremos registar esta dimensão, que nos parece muito relevante.

Depois, ainda sobre o relatório propriamente dito, e não tendo tempo de me referir a todas as matérias,

também queria dizer que vemos que existem problemas transversais, que são, nomeadamente, a morosidade,

a falta de articulação entre os serviços públicos e a má comunicação com o cidadão. Vemos, aqui, um reparo,

sabendo que a Provedora também tem um poder de iniciativa próprio e que a informação estatística também

poderia refletir esta dimensão.

Depois, queria mencionar algo que também não foi dito nem referido: o número de queixas e exposições que

são dirigidas à Provedora de Justiça cai para níveis pré-pandemia, anteriores à pandemia da covid-19, abaixo

do registado em 2020 e 2021. Este é outro dado que é seletivamente escondido por todas as oposições neste

debate e que consta deste relatório.

Ainda sobre esta dimensão da morosidade, da interoperabilidade e da articulação entre os serviços públicos,

também queria dizer que o Partido Socialista sempre teve um desígnio, e esse desígnio traduz-se na

interoperabilidade da administração. Aliás, sempre que analisamos a história das medidas de modernização

administrativa neste País, vemos que, desde 1999 — altura em que são implementadas pelas mãos de um

Governo de um socialista, chamado António Guterres —, só uma vez, em 2014, a oposição foi capaz de

contribuir para o desígnio da modernização administrativa deste País — uma vez!

Aplausos do PS.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Continuem. Está tudo bem!

O Sr. Pedro Anastácio (PS): — Em todas as outras vezes, foi o Partido Socialista que avançou neste

domínio.

Sem surpresa, é também por fazer jus a esta história do passado e projetá-la para o futuro que temos, só no

PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), na dimensão para a transformação digital da Administração Pública

e para uma maior interoperabilidade, cerca de 578 milhões de euros previstos para esta área. Por isso, isto é

honrar o passado ao mesmo tempo que se projeta o futuro.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Sim, sim…

O Sr. Pedro Anastácio (PS): — Também gostava de dizer que nos suscita a maior preocupação aquilo que

é referido no relatório do mecanismo nacional de prevenção, nomeadamente um aspeto que já foi sublinhado

pelo PSD, relativamente às quatro condenações do Estado português no Tribunal dos Direitos do Homem a

respeito do sistema prisional, nomeadamente das deficientes condições de dignidade dadas aos seus reclusos.