I SÉRIE — NÚMERO 16
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O Sr. Presidente (Adão Silva): — Muito obrigado, Sr.ª Deputada Paula Cardoso e, se me permite, também,
agradeço o pequeno momento de humor que trouxe a este Parlamento. Estamos a precisar, manifestamente!
(Risos.)
E, agora, dou a palavra ao Sr. Deputado do Livre, Rui Tavares. Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Rui Tavares (L): — Sr. Presidente, Caras e Caros Colegas: De facto, hoje já tivemos momentos mais
tensos. Permita-me também, descomprimir, contando uma história de infância.
O Sr. Bruno Nunes (CH): — Ninguém quer saber…
O Sr. Rui Tavares (L): — Quando eu era miúdo, a minha irmã…
Protestos do CH.
Srs. Deputados do Chega, nem isto, nem isto!
O Sr. Presidente (Adão Silva): — Ó Srs. Deputados, vamos lá!
O Sr. Rui Tavares (L): — Nem isto, nem isto!…
O Sr. Presidente (Adão Silva): — Toda a gente está interessada em conhecer a história da infância do Sr.
Deputado Rui Tavares, a começar por mim próprio! Estamos todos interessados em ouvir o Sr. Deputado Rui
Tavares.
Ora, vamos ouvir a história interessantíssima do Sr. Deputado Rui Tavares e peço aqui, ao Grupo
Parlamentar do Chega, moderação e que ouçam, que temos de aprender alguma coisa! Vamos a isso!
O Sr. Rui Tavares (L): — Até os Srs. Deputados do Chega vão gostar!
Quando eu era miúdo ia, às vezes, visitar a minha irmã, que trabalhava num banco — na altura todos os
bancos eram públicos —, e, no gabinete dela, havia uma mesa que estava muitas vezes vazia, mas, de vez em
quando, estava lá o colega dela, que era nem mais nem menos do que o recordista mundial dos 10 000 m,
Fernando Mamede.
O Sr. Bruno Nunes (CH): — Grande sportinguista!
O Sr. Rui Tavares (L): — Era uma emoção, evidentemente, ir lá e, às vezes, ver lá aquele homem; se não
me engano, correu os 10 000 m em 27 minutos e 13 segundos. Um recordista!
Só não me convenceu — já que estamos num ambiente mais descontraído, Sr. Deputado Bruno Nunes — a
trocar o Benfica pelo Sporting, mas torcia sempre por ele.
Isto para dizer que, naquele tempo, existia informalmente aquilo que hoje está a ser proposto. Carlos Lopes…
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Grande sportinguista!
O Sr. Rui Tavares (L): — … também foi funcionário num banco público e o que se tentava era, com alguma
flexibilidade, compatibilizar a carreira desportiva deles com a carreira de funcionários. Evidentemente que isto
era informal, era opaco, era feito à medida e era injusto porque, depois, as pessoas perdiam anos de progressão
na carreira.
Portanto, está muito bem que Portugal se prepare para ter um sistema que seja mais claro, que seja mais
transparente, que seja para todos e que ajude os nossos atletas olímpicos e paralímpicos, durante a sua
carreira…
O Sr. Presidente (Adão Silva): — Muito obrigado, Sr. Deputado. Tem de concluir.