21 DE OUTUBRO DE 2023
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O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra, para intervir em nome do PAN, a Sr.ª Deputada Inês de Sousa
Real.
A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Cumprimento não só todos os
presentes na Sala, mas também os autarcas que estão aqui, nas galerias, em representação do concelho de
Ovar.
Este debate, apesar de ser sobre a saúde em Ovar, reflete novamente aquela que é uma realidade
transversal a todo o País, nomeadamente sobre o tipo de Serviço Nacional de Saúde que queremos para o País.
É um debate que tem sido feito, mas muito pouco tem sido feito em termos de avanços.
O PAN tem defendido um serviço de proximidade, de prevenção, mas é preciso também ter objetivos de
trazer uma maior proximidade às populações, lado a lado com as suas necessidades.
Falando nas necessidades do concelho de Ovar e nas várias iniciativas aqui em demanda, não podemos
esquecer que a população se uniu contra a pretensão do Ministério da Saúde de passar a referenciar os utentes
deste concelho para a unidade de saúde local da região de Aveiro, uma opção que, comprovadamente, vai
afastar o acesso da população ao SNS.
Para além disso, é factual que o modelo de ULS proposto para Ovar, pelo Governo, é incapaz de resolver os
problemas de acesso à saúde, seja em Ovar, seja noutros pontos do País onde o mesmo foi aplicado. Não
podemos, por isso, deixar de criticar todo este enviesamento ideológico, que, tanto à esquerda como à direita,
não tem trazido reais soluções.
Mas o mais importante é garantir o acesso à saúde da população. Isto tem de estar em primeiro lugar. Apesar
de os projetos hoje em debate terem diferentes soluções, é importante que, em especialidade, haja a capacidade
de encontrarmos um modelo que possa servir as populações. Por aquilo que tem sido a posição já anunciada
quer pelo PS, quer pelo PSD, esperamos que, efetivamente, no final, após o trabalho em sede de especialidade,
os ovarenses e também a demais população estejam todos mais bem servidos, a nível da saúde.
O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra o Sr. Deputado Rui Tavares, do Livre, para intervir.
O Sr. Rui Tavares (L): — Sr. Presidente, Caras e Caros Colegas, Caros Concidadãos nas galerias: Queria
dar as boas-vindas, em particular, aos cidadãos que vieram de Ovar, para assistir a um debate sobre as
necessidades de saúde da sua terra. Bem-vindos!
Queria, em nome do Livre, juntar a nossa voz à dos projetos de resolução — em particular o do Bloco, que
agendou este debate — que pugnam por cuidados de saúde de proximidade prestados pelo Serviço Nacional
de Saúde, pelo nosso serviço público de saúde, que não precisa de uma reforma no sentido de o aposentar e
passar a outra coisa que, na teoria, poderia servir — mas, como se diz no Brasil, «na teoria, a prática é outra».
A prática que temos em Portugal, desde que foi criado o Serviço Nacional de Saúde, é a de um serviço que
a todos serve, mas que a todos tem de chegar, um serviço que tem de ter os recursos suficientes para poder ter
esta política de proximidade, acabando de uma vez por todas com a sua suborçamentação.
A solução para deixar de suborçamentar o Serviço Nacional de Saúde é muito simples: é orçamentá-lo
devidamente, é dar-lhe os recursos de que precisa para poder prestar o serviço de que todos, em Portugal —
continente e ilhas, do Norte ao Sul, e certamente no concelho de Ovar e sua região —, necessitam.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, em nome do Grupo Parlamentar do PCP, tem a palavra o Sr.
Deputado João Dias.
O Sr. João Dias (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Sr. Deputado Hugo Oliveira, depois de o ter
ouvido dizer que as unidades locais de saúde vão ser a salvaguarda da organização dos cuidados, eu quero
perguntar-lhe se é mesmo a sério que tem esse sentimento.
A Sr.ª Susana Correia (PS): — É mesmo a sério!
O Sr. João Dias (PCP): — É que posso falar-lhe das unidades locais de saúde. Olhe, posso falar, por
exemplo, de Beja! Conhece a realidade da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, em Beja? E a do Litoral