I SÉRIE — NÚMERO 16
62
Pelo Grupo Parlamentar do Chega, tem a palavra o Sr. Deputado André Ventura.
O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente de algumas bancadas deste Parlamento, Srs. Deputados: O
Chega irá abster-se em alguns dos pontos desta votação, sobretudo pela falta de clarificação que temos ainda
de procurar.
Esta guerra não começou por geração espontânea. Esta guerra não começou porque começou. Esta guerra
começou e tem um autor. O autor é um grupo terrorista, que é o Hamas, que atacou um Estado democrático,
que é Israel.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem!
O Sr. André Ventura (CH): — Este é o início deste conflito e é isto que tem de estar clarificado.
Depois, não basta fazer votos para que os reféns sejam entregues. Tem de ser claro, claro como água, que
nem Israel nem nenhum país do mundo pode negociar o que quer que seja sem que os reféns sejam libertados
sem quaisquer condições.
O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Muito bem!
O Sr. André Ventura (CH): — Estes homens e mulheres não foram militares ou paramilitares, nem estiveram
envolvidos em qualquer ataque ou defesa de natureza militar. São jovens que estavam a divertir-se em festivais
de música, homens e mulheres, mulheres que viram os homens assassinados, mulheres que foram
sequestradas e transportadas em gaiolas para zonas da Faixa de Gaza.
Este não é um conflito entre iguais e isto tem de ficar claro num voto como este.
Mas, também, como não recordar o óbvio? Nos últimos dias, fomos todos confrontados com um guia que o
Hamas deixou em várias zonas da zona ocupada. Este guia…
O orador exibiu o documento que mencionou.
… explica como entrar em casa das pessoas, como torturá-las, como culpá-las, como violá-las, como
decapitá-las e como matá-las.
Meus amigos, isto não é uma guerra entre iguais. Isto é uma guerra entre a atrocidade brutal e os monstros
e as democracias que têm de lutar contra eles.
Aplausos do CH.
E isso não está no projeto de voto que aqui hoje vem a discussão.
Por fim, não vale tudo nesta guerra. Infelizmente, algumas bancadas deste Parlamento compactuam com
mentira atrás de mentira, em relação aos mais básicos e elementares elementos da guerra. Tenho aqui — para
terminar, porque o tempo de intervenção é curto — um tweet da líder do Bloco de Esquerda que diz: «Hoje,
Israel atingiu um hospital em Gaza, matando 500 pessoas.»
O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — É para apagar!
O Sr. André Ventura (CH): — Todos sabemos, hoje, que isto é uma pura mentira e que quem atacou um
hospital em Gaza foi um míssil desviado da Jihad Islâmica. Mesmo assim, apesar do desmentido de Estados
como a Grã-Bretanha, os Estados Unidos e Israel, de vários países da Europa e da Presidente da Comissão
Europeia, a mentira continua a propagar como fogo.
O Sr. Filipe Melo (CH): — Exatamente!
O Sr. André Ventura (CH): — É isto que não podemos permitir.
Enquanto esta clareza não estiver neste projeto de voto, o Chega não será totalmente favorável a ele.