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I SÉRIE — NÚMERO 16

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Este projeto de voto será votado ponto a ponto. Nós, Bloco de Esquerda, condenamos o Hamas, exigimos a

libertação de reféns, repudiamos o cerco a Gaza, apelamos à paz.

Dos 2 milhões de habitantes de Gaza, metade dos quais crianças, cerca de 1 milhão já perdeu ou teve de

abandonar as suas casas; mais de 2600 pessoas foram assassinadas pelos ataques israelitas; 12 jornalistas

perderam a vida; 14 funcionários da ONU e 5 do Crescente Vermelho foram mortos. Em Jerusalém Oriental e

na Cisjordânia, as forças militares israelitas e os colonos armados têm aumentado a violência e o assassinato

de civis.

Isto é a defesa de um país? Isto é autodefesa? Quantos mais milhares de civis terão de ser assassinados

até se cumprir a autodefesa? Quantos mais milhares de mortes comporta a suposta proporcionalidade?

O que está a acontecer não é o exercício do direito à autodefesa por parte de Israel; é um massacre, é um

horror, é uma sucessão de crimes, é um genocídio que tem de ser parado já.

O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Deputado.

O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Concluo, Sr. Presidente, dizendo só isto: que a Europa ouça Guterres,

que o mundo ouça Guterres, que este Parlamento ouça Guterres. A urgência é um cessar-fogo imediato.

Aplausos do BE, do L e de Deputados do PS.

O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Rui Tavares, do Livre.

O Sr. Rui Tavares (L): — Sr. Presidente, Caras e Caros Colegas: Este projeto de voto tem muito conteúdo

que tem origem num voto que o Livre apresentou e que foi aprovado na Comissão de Negócios Estrangeiros,

há mais de uma semana.

Fizemos esforços, inclusive, para assegurar que havia acordo em relação a uma primeira versão do texto,

para que tivéssemos podido votar na primeira ocasião a condenação absoluta, imediata e inequívoca — estas

palavras eram, aliás, utilizadas nesse texto do Livre e agora estão neste projeto de voto — dos ataques

terroristas da organização terrorista Hamas, assim como outros elementos, como o apelo a que sejam abertos

corredores humanitários e a que seja garantido o acesso a água, alimentos e eletricidade por parte da população

da Faixa de Gaza, o que também estava nesse voto do Livre.

No entanto, o Livre retirou a assinatura deste texto que votamos aqui hoje, porque há uma cláusula que

achávamos essencial que lá estivesse, em que se reconhece que Israel tem o direito à sua defesa, nos termos

do direito internacional — ou seja, não tem menos direito do que qualquer Estado internacionalmente

reconhecido do mundo, nem tem mais direito do que qualquer Estado internacionalmente reconhecido do

mundo. Além disso, devia lá constar também que, aos olhos de Portugal, é condenável qualquer violação desse

direito internacional humanitário. Achamos que isso deve ser dito, porque essas violações já estão a ocorrer —

o Sr. Primeiro-Ministro disse-nos isso aqui, no outro dia, da tribuna.

Há dois princípios muito simples: em primeiro lugar, onde estiver uma criança e uma arma, devemos estar

do lado da criança, contra a arma, seja qual for a criança, seja de qual povo ela for e de quem quer que seja a

arma; em segundo lugar, para haver uma solução de dois Estados, que é a única que poderá trazer paz, é

preciso reconhecer os dois Estados, é preciso que Portugal reconheça a independência da Palestina.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, em nome do Grupo Parlamentar do PCP, tem a palavra o Sr.

Deputado Bruno Dias.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Grupo Parlamentar do PCP manifesta

o seu profundo pesar pelas vítimas da atual escalada de violência na Palestina e em Israel, assim como pelas

dezenas de milhares de vítimas palestinianas, sírias, libanesas, egípcias, jordanas e israelitas, em resultado de

75 anos de denegação dos direitos do povo palestiniano e de violações do direito internacional por parte de

Israel.

O PCP distancia-se e condena, como sempre, as ações de violência que visem as populações e vitimem

inocentes. O PCP condena a escalada de guerra de Israel contra o povo palestiniano e, em particular, os