I SÉRIE — NÚMERO 18
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económico, está a tempo de evitar a privatização da TAP. O que vai fazer? Vai dar um passo em frente, para o
precipício? Ou vai fazer o que é certo e assegurar o controlo público e o desenvolvimento da TAP?
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Muito bem!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, só nos primeiros meses de 2023, os
principais grupos económicos acumularam 25 milhões de lucros por dia, o que contrasta com as crescentes
dificuldades sentidas pelos trabalhadores e o povo.
Os 5 % mais ricos concentram 42 % da riqueza criada pelos trabalhadores. São os trabalhadores que criam
a riqueza, mas quem fica com a maior parte são os grupos económicos e as multinacionais.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — É isso mesmo!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Estes dados comprovam o óbvio: há dinheiro para aumentar os salários. E,
sim, Sr. Primeiro-Ministro, se há partido que tem falado disso é o PCP, que coloca a questão do aumento geral
dos salários como uma questão de emergência nacional.
Aplausos do PCP.
Aquilo que é necessário não são 3 % nem 5 %, como fala o Sr. Primeiro-Ministro. O que é preciso é, de facto,
um aumento geral de salários de 15 %, no mínimo de 150 €, para romper com os ciclos de pobreza, para elevar
as condições de vida, para enfrentar o aumento do custo de vida. É preciso o aumento do salário mínimo nacional
para 910 € no início do próximo ano, alcançando os 1000 € durante o ano de 2024. Mas quem não fala disto é
o Sr. Primeiro-Ministro e o seu Governo.
Aplausos do PCP.
É preciso e é possível aumentar as pensões em 7,5 %, no mínimo de 70 €, o que valoriza as pensões
corroídas pelo aumento do preço dos alimentos, da energia, dos gastos com saúde.
O próprio Governo reconhece que há recursos. Contenta-se com o excedente orçamental, com a redução
acelerada do défice e da dívida para lá do previsto e, ao mesmo tempo, aumenta os recursos do Orçamento que
são entregues ao capital. Tudo isto à custa da degradação das condições de vida dos trabalhadores e dos
reformados, à custa do comprometimento do desenvolvimento do País.
De que serve o excedente se as pessoas vivem pior?
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Isso mesmo!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — De que serve isso, se, ao final do dia, não conseguem ter uma refeição
adequada, se não conseguem ter a consulta de que necessitam, se não conseguem pagar a casa? As contas
são certas só para os especuladores, para os grupos económicos. Já para os trabalhadores e reformados, por
mais contas que façam, os salários e as pensões não dão até ao fim do mês.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Essa é que é essa!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Se há recursos, porque não há uma efetiva valorização dos salários e das
pensões? Se há recursos, porque não se rompe com um modelo de baixos salários e pensões que alguns
querem eternizar no nosso País?
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.