24 DE NOVEMBRO DE 2023
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vive tem de ter garantia de que este País tem futuro e que os jovens podem fazer vida cá. Não é isso que faz o PS, não é isso que faz este Orçamento do Estado.
Este país para tubarões, que o PS criou e que a direita aplaude, é o que vai a eleições no próximo dia 10 de março e, da parte do Bloco de Esquerda, dizemos muito frontalmente: não desistimos, não entregamos o País aos tubarões e cá estamos para construir um País solidário, com serviços públicos de qualidade, que garantam os direitos fundamentais, com uma economia que salvaguarde o salário digno, justo e que tenha lugar para os jovens e com umas cidades que não empurrem as pessoas para as suas zonas limítrofes, que garanta a vida às nossas famílias no centro das cidades. Esse é o País justo, não é o País dos tubarões, mas é aquele que o Bloco de Esquerda vai levar a eleições e que vai sair mais forte desse ato eleitoral.
Aplausos do BE. O Sr. Presidente: — Para intervir em nome do PAN, tem a palavra a Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real. A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo aqui
presentes, permita-me só, Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, discordar. Este País, infelizmente, também não é o País dos tubarões no seu sentido literal, porque é mesmo o País dos barões do status quo, porque se fosse dos tubarões teríamos uma espécie mais protegida, o que infelizmente também não temos.
Risos gerais. O Sr. André Ventura (CH): — Coitados dos tubarões! A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Mas neste momento, no momento em que discutimos o Orçamento do
Estado, temos, de facto, opções que colocam em cima da mesa escolhas. E as escolhas que temos de fazer são escolhas ideológicas, escolhas do futuro que queremos para o País, e o que temos é que cada partido vai decidir, optar como é que quer gastar o dinheiro dos portugueses.
E perante um contexto de uma grave crise social, em que muitas famílias estão a ser despejadas, ouvimos uns falar da subsidiodependência, esquecendo-se de que o País não é composto apenas pela classe média, mas infelizmente por muitas famílias que passam, neste momento, fome, que veem aumentar o custo de vida, que não têm como fazer os seus filhos chegarem até às escolas e que, apesar de trabalharem, estão, neste momento, numa situação de sem-teto.
Mais: ouvimos também dizer que em matéria de opção este é um Orçamento que dá resposta à habitação. O PAN não pode assinar de cruz o Orçamento que o PS nos traz, que em matéria de habitação deixa tudo igual, no que respeita aos apoios às famílias. É preciso ir mais longe. É preciso acompanhar propostas como as que o PAN aqui traz, seja para a renegociação dos contratos da banca, na medida em que seja possível suspender a execução dos despejos das famílias das suas casas — para não termos uma onda de entregas de casas à banca —, seja também no aumento do teto máximo do Porta 65, porque não podemos, por um lado, permitir o aumento da inflação das rendas para os senhorios e, ao mesmo tempo, admitir que os jovens não possam ser abrangidos por este programa.
Já o programa Housing First desapareceu a partir do momento em que tivemos uma maioria absoluta; uma maioria absoluta que prometeu ser dialogante, mas a partir do momento em que passou a ser maioria se esqueceu dos compromissos do passado, tendo deixado um programa, que existia há quatro anos, claramente pelo caminho.
Perante este contexto de inflação, o IVA Zero para os produtos alimentares fica também pelo caminho. Olhamos para a privação das famílias em terem refeições equilibradas, para a ação social no contexto universitário, e também aqui a opção é clara. Podemos seguir o caminho dos que como o Chega, o PSD ou o PCP acham que num contexto de crise se devem gastar dinheiros públicos a reduzir o IVA das touradas,…
O Sr. Pedro Pinto (CH): — E bem! E bem!