I SÉRIE — NÚMERO 20
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meio de simulacros de negociações, Sr.ª Secretária de Estado, por parte de um Ministro que, claramente, não tem o SNS como prioridade.
Na verdade, a proposta que apresentámos neste Orçamento do Estado refere-se não só a todos os profissionais de saúde, para que possam ter aumentos salariais, mas também à possibilidade de existir a hipótese de um regime de exclusividade e não aquilo que foi aprovado unilateralmente por este Ministro no que toca à dedicação plena ou ao estatuto de risco e penosidade. Estas seriam matérias absolutamente fundamentais.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem! A Sr.ª Isabel Pires (BE): — A questão que se coloca em cima da mesa é a de saber se está o Parlamento,
nomeadamente o Partido Socialista, disposto a contrariar a teimosia do Governo do Partido Socialista e deste Ministro em desagregar o Serviço Nacional de Saúde.
Por fim, sobre a grande reforma que foi referida, as ULS, não é novidade para ninguém a oposição que temos tido relativamente às ULS, e propomos que essa reforma possa ser revogada.
Agora, pergunto ao Governo de que é que estamos a falar quando falamos de «grande reforma», porque a única coisa que vemos, semana após semana, são urgências a encerrar e pessoas em lista de espera para poderem entrar no internamento de uma urgência. Todas as semanas é a mesma história.
É esta a reforma que o Governo e o Partido Socialista querem deixar para o futuro do SNS? Aplausos do BE. Protestos dos Deputados do PS Luís Soares e Maria Antónia de Almeida Santos. O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Eram tão amigos! O Sr. Presidente (Adão Silva): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Secretária de Estado da Promoção
da Saúde, Margarida Tavares. A Sr.ª Secretária de Estado da Promoção da Saúde: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, é precisamente
para responder às necessidades de reorganização que são constatadas pela Sr.ª Deputada, que nós também constatamos e que temos vindo a perseguir — aliás, seria impossível que, ao longo dos 44 anos de enorme sucesso do SNS, não fosse necessário reorganizá-lo —, que estamos a levar a cabo esta concretização das ULS.
Aplausos do PS. Elas permitirão, nomeadamente, uma integração de cuidados, uma maior proximidade e uma maior facilidade
para o utente, e serão mais voltadas para as necessidades do utente ao longo dos vários níveis de cuidados, precisamente para responder às suas necessidades.
No que se refere aos serviços de urgência — limitamo-nos a falar de serviços de urgência e o SNS é muito mais do que serviços de urgência —, a resposta das ULS poderá, precisamente, também resolver o excesso de necessidade dos serviços de urgência.
Aplausos do PS. O Sr. Presidente (Adão Silva): — Passamos à apreciação da proposta 210-C, apresentada pelo Chega, de
aditamento de um artigo 22.º-A — Reforço dos meios humanos e técnicos da Entidade das Contas e Financiamento dos Partidos.
Para a apresentar, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Pinto.