I SÉRIE — NÚMERO 20
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O Sr. Alfredo Maia (PCP): — Mas também é necessário melhorar as condições de acesso à pensão de velhice, sem quaisquer penalizações.
Quem tem 40 anos civis de registo de salários trabalhou muito, sacrificou-se muito e tem direito a descansar. Não é justo que, após tantos anos a descontar, alguém seja forçado a trabalhar para sobreviver, até chegar à idade legal da reforma.
Por isso, o PCP propõe a antecipação da idade de reforma para quem tem longas carreiras contributivas, premiando o esforço desses trabalhadores.
O PCP volta a colocar outras exigências de elementar justiça social: a eliminação do fator sustentabilidade, a revisão dos regimes e medidas especiais de antecipação da idade de acesso à pensão e a criação de dois novos escalões de pensões mínimas, valorizando as carreiras com 36 e 40 anos e com mais de 40 anos.
Em relação ao abono de família, Srs. Deputados, o PCP salienta que é um direito de todas as crianças, sinalizando, assim, o dever do Estado de as proteger a todas.
Por isso, defendemos a sua universalização, a par da exigência da sua melhoria, na senda das contribuições do PCP nesta matéria, sobretudo desde 2016, mas o Governo e o PS não têm respondido a este desafio que neste debate colocamos.
O PCP propõe também a alteração dos limites para o apuramento dos rendimentos que determinam o escalão e o valor do abono.
Quanto às creches, de que tanto se tem falado, Srs. Deputados, foi graças ao PCP que se consagrou a sua gratuitidade, que começou a ser aplicada, em 2020, a 30 000 crianças, assim como foi por proposta do PCP que, em 2021, a Assembleia consagrou esse direito para todas as crianças nascidas após 1 de setembro.
O Sr. Bruno Dias (PCP: — Essa é que é essa! O Sr. Alfredo Maia (PCP): — É necessário salientar que essa proposta previa também uma rede pública de
creches — aprovada nesta Assembleia, recordem — e é preciso recordar que, no Programa do PS, não constava a gratuidade das creches,…
O Sr. Duarte Alves (PCP): — Pois não! O Sr. Alfredo Maia (PCP): — … nem muito menos o alargamento das vagas para todas as crianças e que,
só por insistência do PCP, se impuseram estes avanços. Alcançados os progressos que se conhecem, é importante seguir em frente. Por isso, o PCP insiste na
necessidade de criação de uma rede pública de creches da responsabilidade do Governo, para assegurar a efetiva universalização do acesso a esta resposta.
Aplausos do PCP. O Sr. Presidente: — Para uma intervenção em nome do Grupo Parlamentar do PSD, tem agora a palavra a
Sr.ª Deputada Clara Marques Mendes. A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Sr. Presidente, cumprimento-o, bem como os Srs. Membros do
Governo e as Sr.as e Srs. Deputados. O PSD apresenta hoje propostas que visam corrigir as graves injustiças que o Governo insiste em cometer
no que diz respeito aos apoios sociais. Vou dar dois exemplos em que o Governo cria expectativas às pessoas de que vão receber apoios e depois
ou não lhes paga ou paga tardiamente, sem qualquer compensação. O primeiro exemplo que aqui trago refere-se ao apoio que o Governo criou, no início do ano, de 30 € mensais
a pagar de três em três meses, para as famílias mais vulneráveis, para as famílias que estivessem a sentir maiores impactos fruto da inflação. O que é que aconteceu? Aconteceu que hoje mesmo começa a ser paga a última tranche e há imensas pessoas que precisam e que não receberam qualquer apoio. Porquê? Porque o Governo, sem qualquer justificação, sem qualquer explicação, mas com total insensibilidade social, obriga a que