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24 DE NOVEMBRO DE 2023

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estas pessoas tenham conta bancária. É inadmissível e é inaceitável. Portanto, exigimos que essa alteração seja feita para que todos sejam tratados com igualdade.

Por fim, o segundo exemplo diz respeito à Prestação Social para a Inclusão, que é uma prestação cujo valor o Governo tem vindo a dizer recentemente que vai aumentar. Pois é importante que aumente o valor, mas é importante também que o Governo corrija urgentemente os atrasos que há nas juntas médicas, que são condição essencial para se receber esta prestação. Portanto, esta correção tem de ser feita e, quando recebem o apoio social — que muitas vezes demora dois anos —, as pessoas devem recebê-lo retroativamente. Só assim o Estado será um Estado de bem.

Aplausos do PSD. O Sr. Presidente: — Para intervir em nome do Bloco de Esquerda, tem a palavra o Sr. Deputado José Moura

Soeiro. O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, o

Estatuto do Cuidador Informal (ECI) foi uma enorme promessa de reconhecimento para centenas de milhares de pessoas que trabalham 24 sobre 24 horas, de forma não remunerada, para cuidar de pessoas com dependência, muitas vezes familiares, mas também vizinhos.

Só que, para muitos cuidadores, hoje, o Estatuto do Cuidador Informal não passa de um cartão. É um cartão, mas ao qual não estão associados direitos concretos.

O Bloco de Esquerda propõe o reforço do apoio aos cuidadores informais neste Orçamento para que se reveja o Estatuto do Cuidador, para simplificar o processo, para eliminar a obrigatoriedade da existência da mesma residência fiscal e para deixar de excluir os cuidadores que são pensionistas — ou seja, idosos a cuidar de outros idosos e que estão completamente excluídos dos apoios aos cuidadores informais —, para alargar a condição de recursos, para retirar o complemento por dependência e o subsídio de assistência de terceira pessoa do cálculo do rendimento do agregado dos cuidadores, para reconhecer o direito a faltas remuneradas, que hoje não o são, e também para reconhecer a carreira contributiva a todas aquelas pessoas — sobretudo mulheres, mais de 70 % de mulheres — que estiveram anos e anos a cuidar de pessoas dependentes e que chegam à idade da reforma e não têm direito a uma pensão de velhice digna, porque todos os anos desse trabalho não reconhecido e não remunerado não são, pura e simplesmente, considerados, e nós queremos que sejam.

Trata-se de propostas justas — dir-se-iam elementares —, que estão nesta discussão do Orçamento do Estado pela mão do Bloco de Esquerda e que só passarão a ser lei se a proposta do Bloco de Esquerda for aprovada.

Aplausos do BE. O Sr. Presidente: — Para uma intervenção em nome da Iniciativa Liberal, tem a palavra a Sr.ª Deputada

Carla Castro. A Sr.ª Carla Castro (IL): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, queremos

falar de novo sobre os profissionais liberais e sobre a não discriminação entre estes profissionais e os trabalhadores independentes face aos trabalhadores dependentes.

Estamos perante um princípio fundamental, que deve ser aplicado em várias áreas, havendo com frequência no espírito do legislador uma discriminação — que se nota igualmente quer da parte do Governo quer no discurso dos Srs. Deputados —, como se estes profissionais tivessem frequentemente uma atitude de fuga às responsabilidades ou em que, por exemplo, tudo é tratado sob o espectro dos falsos recibos verdes, quando essa não é a realidade correta.

De facto, há falsos recibos verdes — a começar pelo Estado — e situações que devem ser regularizadas. Coisa diferente é o manto de falsidade que parece querer jogar-se em cima de centenas de milhares de pessoas. Relembro que o direito fiscal e o direito do trabalho são coisas diferentes. Por isso, seja por livre escolha no estilo de vida, seja pela tipologia de atividades — estamos a falar de advogados, de profissionais das áreas