28 DE NOVEMBRO DE 2023
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na assistência técnica e demais acompanhamento que lhes prestam todos os dias. São, por isso, um instrumento
muito importante na diminuição dos custos de contexto do setor agrícola, na sustentabilidade das suas
explorações e na capacidade de produzir alimentos a preços acessíveis, mais ainda nestes tempos de crise
inflacionista, que estão para durar.
O aumento dos preços dos combustíveis é um dos fatores que mais têm afetado o rendimento e a
competitividade dos agricultores e das suas organizações cooperativas, tanto mais quando, operando no
mercado ibérico, os agricultores e as cooperativas agrícolas nacionais estão confrontados com o facto de os
seus concorrentes espanhóis beneficiarem historicamente de preços dos combustíveis bem mais baixos.
Assim, no sentido de contribuir para a redução dos custos de contexto dos nossos produtores, o PSD propõe,
esperando ser acompanhado pelas demais forças políticas, que as cooperativas agrícolas possam também
beneficiar do denominado «gasóleo profissional», de que atualmente beneficiam as empresas de transporte de
mercadorias. Aliás, o reforço da capacidade produtiva do setor agrícola e da competitividade das suas fileiras,
de forma estruturada e estratégica, é uma aposta de que o PSD não abdica, e temos a certeza de que estamos
do lado certo da história.
A propósito, foi prometida por este Governo a criação de uma medida de apoio à reestruturação,
redimensionamento e competitividade das cooperativas agrícolas no quadro do PEPAC (Plano Estratégico da
Política Agrícola Comum). Foi inclusive criado um grupo de trabalho com a obrigação de apresentar resultados
até ao final de junho passado. Mas, até hoje, nada. Mais uma vez, a vontade deste Governo socialista ficou
apenas no papel. Esperemos pelo que nos reserva ainda o dia de hoje.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Adão Silva): — Para uma intervenção ainda no âmbito deste artigo, tem a palavra, pelo
Grupo Parlamentar do PS, o Sr. Deputado Miguel Iglésias.
O Sr. Miguel Iglésias (PS): — Sr. Presidente, cumprimento os Srs. Membros do Governo, as Sr.as e os Srs.
Deputados.
Bom, conhecemos bem as transferências no âmbito desta proposta de Orçamento do Estado para a Madeira.
Estamos a falar de 343,7 milhões de euros, mais 94,7 milhões de euros do que em relação a 2023.
Mas falamos neste ponto de uma medida muito específica, que é a manutenção do imposto especial sobre
o consumo aplicável às bebidas espirituosas na Região Autónoma da Madeira, nomeadamente ao rum da
Madeira. É um bom exemplo de como uma pequena medida, uma política pública de âmbito nacional, tem um
enorme impacto numa importante indústria numa região ultraperiférica, no caso da nossa Região Autónoma da
Madeira.
Protegemos os interesses desta indústria regional e continuamos a desenvolver a sua competitividade, sendo
uma medida absolutamente justa no âmbito deste Orçamento do Estado.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Adão Silva): — Agora vai intervir, pelo Governo, o Sr. Secretário de Estado dos Assuntos
Fiscais, Nuno Félix.
Tem a palavra, Sr. Secretário de Estado.
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, quando, ao
longo deste debate, falamos da tributação das empresas, tenho de sublinhar que este é um Governo que tem
prosseguido o diálogo no âmbito da concertação social, quer com as associações empresariais, quer com as
associações representativas dos trabalhadores.
Tinha sido celebrado um acordo de rendimentos neste contexto. Este ano, no dia 7 de outubro, foi celebrado
um reforço desse mesmo acordo. Por isso, se este é um Orçamento que dá uma especial prioridade às famílias,
é também um Orçamento que não esquece as empresas. E não esquece as empresas desde logo porque maior
rendimento disponível para as famílias significa um estímulo à atividade económica e, por essa via, um apoio às
empresas, mas também com medidas tão emblemáticas e significativas como o reforço da capitalização das