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I SÉRIE — NÚMERO 23

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segurança tem de aumentar, como se comprova com a dificuldade no apoio à guerra que se trava pelos nossos

valores na Ucrânia.

A proposta de Orçamento do Estado não corresponde a esta necessidade vital. O orçamento para a defesa

aumenta menos do que o necessário: diminui em percentagem do PIB, diminui no peso relativo da despesa em

defesa, desce em comparação com o esforço dos nossos aliados e não cumpre o compromisso com a NATO

(North Atlantic Treaty Organization).

O Governo não conseguiu inverter a dramática diminuição dos efetivos das Forças Armadas. A valorização

social fundamental foi chumbada na proposta que o PSD apresentou.

As Forças Armadas confrontam-se com problemas graves na manutenção e modernização dos

equipamentos. Este Orçamento adia esse investimento. O PSD propôs a sua antecipação, o PS chumbou.

O PSD traz para a discussão uma terceira dimensão, a necessidade de maior fomento para a defesa, para a

indústria da defesa. No atual contexto, não desenvolver a indústria da defesa é o mesmo que desprezar a

segurança, e Portugal pode ter uma palavra relevante no contexto europeu.

Fomentar a indústria do setor da defesa é uma necessidade e pode ser uma oportunidade para a economia

nacional. É isto que o PSD propõe. Espera-se a responsabilidade do Partido Socialista.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, em nome do Grupo Parlamentar do Chega, o Sr. Deputado Pedro

Pessanha.

O Sr. Pedro Pessanha (CH): — Sr. Presidente de algumas bancadas, Srs. Membros do Governo, Sr.as e

Srs. Deputados, os nossos antigos combatentes continuam a sofrer enormes dificuldades materiais no seu dia

a dia.

O Estatuto do Antigo Combatente trouxe a estes homens algum reconhecimento moral que lhes era devido,

mas o facto é que a sua situação económica em nada se alterou. Muitos destes homens, alguns já de idade

avançada, têm de fazer a terrível escolha entre comprar medicamentos ou comida. Outros, deficientes, têm de

esperar meses pelas suas próteses ou cadeiras de rodas, que muitas vezes não chegam a tempo.

Portugal tem a obrigação histórica e moral de compensar materialmente todos estes militares que deram

tudo — anos de vida, saúde, futuro — quando lhes pediram que lutassem pela defesa da pátria.

Neste sentido, a nossa proposta de isentar de IMI (imposto municipal sobre imóveis) a sua habitação própria

e permanente perfila-se como um contributo para aliviar as dificuldades que os homens, mulheres e as suas

famílias enfrentam todos os dias perante a indiferença dos sucessivos Governos que parecem querer esquecer,

ou até mesmo ocultar, essa parte da grande história que os antigos combatentes ajudaram a escrever.

Aplausos do CH.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção em nome do Grupo Parlamentar do PCP, tem a palavra o Sr.

Deputado Duarte Alves.

O Sr. Duarte Alves (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, lucros da EDP

(Energias de Portugal) nos primeiros nove meses de 2023: 946 milhões de euros, mais 82 % face a igual período

do ano passado. Lucros da Galp nos primeiros nove meses de 2023: 718 milhões de euros, mais 18 % do que

em igual período do ano passado, que, nesse ano de 2022, já tinha sido 80 % a mais do que no ano anterior.

Banca: 3300 milhões de euros nos primeiros nove meses, mais 70 % face aos lucros do ano passado. Sonae e

Jerónimo Martins: 500 milhões de euros.

São lucros realizados à custa do sacrifício das pessoas — dos sacrifícios quando chega a fatura da luz, dos

sacrifícios quando aumenta a prestação da casa, dos sacrifícios quando se vai ao supermercado e se vê o

aumento dos preços.

Perante isto, o Governo quer acabar com as contribuições insuficientes aos lucros extraordinários. Ora, o

PCP coloca em cima da mesa não só as contribuições extraordinárias sobre estes lucros realizados pelos

grandes grupos económicos, como também a revogação de vários benefícios fiscais que permitem que não