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I SÉRIE — NÚMERO 24

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Este não é um Orçamento em cuja estratégia o Livre se reveja, para isso, serviria um voto a favor. Mas este

Orçamento, como os outros dois, são orçamentos nos quais há vitórias, e se há coisa que importa a uma visão

progressista da política é saber reconhecer uma vitória quando a conquistamos.

Se há gente que pode quebrar o ciclo da violência, se há gente que pode trabalhar mais e com mais

qualidade, se há gente que pode viajar mais no seu País, se há gente que pode viver com mais dignidade nas

suas casas, então há aqui vitórias que são justas, porque o Livre as apresentou e as conquistou, e isso significa

que vale um voto de abstenção neste Orçamento.

Protestos da Deputada do CH Rita Matias.

E mais poderíamos conquistar ainda, se tivéssemos não apenas um Deputado nesta Assembleia da

República, mas mais Deputados e Deputadas, como vamos ter, como sabemos que os nossos cidadãos nos

vão fazer confiança no próximo dia 10 de março.

Risos do CH.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Chama a Joacine!

O Sr. André Ventura (CH): — Mais vale inscreveres-te no PS, farias melhor figura!

O Sr. Rui Tavares (L): — Sr. Deputado, está muito nervoso!

O Sr. André Ventura (CH): — Também já só trabalhas três dias por semana!

O Sr. Presidente: — Para intervir em nome do PAN, tem a palavra a Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real.

Srs. Deputados, peço silêncio para ouvirmos a oradora. Faça favor.

A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Membros do Governo aqui

presentes; cumprimento também todas as pessoas presentes na galeria e os membros da comunicação social,

assim como todos os funcionários da Assembleia da República, que são imprescindíveis neste momento, do

Orçamento do Estado, a quem agradeço por todo o empenho neste percurso.

A discussão do Orçamento do Estado não tem de ser uma encruzilhada, no entender do PAN. Apesar de

estarmos, mais uma vez, perante o final de uma legislatura que não chega ao fim do seu mandato, concluímos

este processo com a plena consciência de que o caminho pelo qual optámos é o caminho para um País mais

sustentável e próspero, que passa pelas mãos de todas e de todos os que fomos eleitos para esta Assembleia

da República.

Neste percurso, sinuoso, bem sabemos, o PAN tem desempenhado um papel vital, marcando a diferença,

ao longo de todos estes anos, na vida das pessoas, dos animais e na preservação da nossa natureza.

Acreditamos firmemente na verdadeira força da mudança que reside em fazer avançar as causas pelas quais

cada um de nós é eleito para representar e assim, só assim, moldar o presente com a capacidade de,

construtivamente, mesmo na divergência, trabalhar para o futuro.

O PAN, como é sabido, sempre rejeitou limites impostos pelos partidos políticos, ou ideológicos. Somos

defensores apaixonados das causas, mesmo que fraturantes, mesmo que possam pôr em causa o status quo

que verdadeiramente importa às pessoas: a causa animal, a causa ambiental e as causas sociais.

Atravessamos, contudo, tempos em que a democracia, a estabilidade das instituições e os órgãos de

soberania têm sido postos à prova. E, tal como em 2021, continuamos a acreditar que a chave para um futuro

próspero passa precisamente por dar respostas efetivas aos problemas das pessoas e aos problemas que

enfrentamos.

Seria muito fácil esquecermo-nos e perdermo-nos no papel que nos cabe enquanto eleitos desta Assembleia.

As etiquetas tradicionais, de esquerda e de direita, também já se tornaram claramente inadequadas para

representar a diversidade das causas e as aspirações das pessoas que estão lá fora e que pedem respostas.

Por isso, cada vez mais, são sucessivas as instabilidades políticas.