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I SÉRIE — NÚMERO 26

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A Sr.ª Joana Cordeiro (IL): — Assim, gostava de perceber se a sua equipa «sai de consciência tranquila», citando as palavras do Sr. Ministro da Educação, que disse que sai de consciência tranquila.

Sr.ª Presidente, Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs. Deputados, Portugal precisa de futuro e de ambição para a saúde. E, para isso, precisamos de um Governo com coragem para enfrentar os problemas e com capacidade para negociar, de forma justa e séria, com todos os profissionais de saúde.

Para a Iniciativa Liberal, todos os profissionais de saúde merecem o maior respeito e, por isso mesmo, ao contrário de todos os outros, só iremos prometer aquilo que sabemos que vamos poder cumprir. Nesta fase, o que podemos garantir é que vamos ouvir todos os interessados, que vamos estudar todos os impactos e que, de forma honesta e empenhada, iremos defender as negociações mais justas para que o SNS possa contar com os melhores profissionais de saúde.

Se isto é fácil? Não é, mas o Partido Socialista já mostrou que não o consegue fazer. Aplausos da IL. A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Pires, do

Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda. Faça favor. A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, Sr.as Deputadas, Srs. Membros do Governo:

Lamentamos novamente que, estando este debate marcado há três semanas, o Sr. Ministro da Saúde não tenha conseguido arranjar um tempo na sua agenda para vir aqui responder pelo seu trabalho, pelo trabalho do seu Ministério, o que comprova aquilo que já sabíamos. É um Ministro que está em fuga relativamente ao SNS, é o abandono do SNS por parte do Governo do Partido Socialista.

E percebemos, de novo, que o Governo mantém a mesma tática dos últimos debates: vem apresentar exatamente os mesmos números e os mesmos dados que anda a apresentar, alguns, há meses; recusa-se a falar dos problemas práticos, concretos, que são trazidos ao debate; e fala de sucessos que, na verdade, não são mais do que fracassos e a demonstração do fracasso da política do Governo do Partido Socialista.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem! A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Bem sei que no futebol se costuma dizer que «em equipa que ganha não se

mexe», mas, Sr. Secretário de Estado, o SNS está, de facto, a perder e, portanto, é preciso mexer. O problema é que o Governo do Partido Socialista opta por não mexer em nada de estrutural para resolver os problemas que temos vindo a colocar em cima da mesa.

Não deixa de ser impressionante que o Governo consiga fazer estes debates sem referir, por exemplo, os encerramentos de serviços de urgência, que continua a justificar, ignorando as dificuldades que eles criam, nomeadamente aos utentes.

Mas olhemos para o caso da obstetrícia do Hospital de São Francisco Xavier, paradigmático de como o Governo toma as decisões e de como elas não funcionam e só prejudicam os utentes: encerraram a maternidade do Hospital de Santa Maria para obras que ainda nem sequer tinham começado; asseguraram, na altura, que o São Francisco Xavier teria todas as condições para responder a toda a afluência — dizia-se que o encerramento da maternidade do Santa Maria iria ser compensado com o pleno funcionamento e o aumento da capacidade do São Francisco Xavier; e neste momento já nem as urgências conseguem ter abertas, Sr. Secretário de Estado.

Aliás, foi o próprio diretor deste serviço que alertou, desde o início, para a possível dificuldade que surgiria por falta de médicos para assegurar as escalas.

Andamos há meses a alertar o Governo para o problema criado com a falta de médicos e o não assegurar de escalas. O Sr. Ministro da Saúde, o Governo ignorou sempre este problema, como escolheu hoje continuar a ignorá-lo. Destruíram a maternidade do Santa Maria, destruíram uma equipa que estava a funcionar e o resultado é este: serviços encerrados.

Portanto, sendo um caso paradigmático, isto exemplifica o que está a acontecer por todo o País, porque não há uma semana que passe em que não tenhamos 10, 15, 20, 30, 35 serviços de urgências encerrados por todo