I SÉRIE — NÚMERO 30
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No entanto, mesmo podendo perder com isso, o Chega apoia que haja um círculo de compensação. Não
pode haver portugueses de primeira nem de segunda. O Sr. Rui Afonso (CH): — Muito bem! O Sr. Pedro Pinto (CH): — Não pode haver votos deitados ao lixo. Todo o voto tem de contar. Hoje, por exemplo, estão aqui alunos de Lamego e da Amadora. Qual é a diferença que eles vão ter no
futuro? É que o voto na Amadora vale cinquenta e tantos Deputados e um voto em Lamego valerá oito ou nove Deputados. Esse é que é o problema.
Aplausos do CH. Protestos dos Deputados do PCP Alma Rivera e Duarte Alves. O Sr. Filipe Melo (CH): — Oiçam! Oiçam! O Sr. Pedro Pinto (CH): — Essas desigualdades é que não podemos deixar que existam em Portugal. Aplausos do CH. Temos o exemplo dos Açores, como já foi aqui dito, e bem, e quem iria beneficiar com tudo isto seria a
democracia — aquela propalada democracia, em que o PS bate no peito e diz que são os maiores democratas, mas depois, quando temos de dizer que os votos dos portugueses são todos iguais, votam contra estas propostas. Aí o PS nunca, nunca poderá contar connosco!
Mas há uma coisa de que podem ter a certeza e de que os portugueses lá em casa podem ter a certeza: com o Chega no Governo, todos os votos vão contar e todos os portugueses contam.
Aplausos do CH. A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Alma Rivera, do
Grupo Parlamentar do PCP. A Sr.ª Alma Rivera (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A Iniciativa Liberal diz querer hoje
aprovar uma alteração profunda no sistema eleitoral para a Assembleia da República, com a consagração de um círculo nacional de compensação.
Antes de abordar a proposta em si mesma, importa fazer duas observações, que temos por relevantes e mesmo decisivas quanto ao nosso posicionamento.
A primeira observação é a de que não é, de todo, razoável e nem sequer possível, em termos práticos, aprovar uma nova lei eleitoral, quando já está marcada a eleição para daqui a menos de três meses e quando, consequentemente, o País já está em clima de campanha eleitoral. Aliás, como é óbvio, o objetivo da Iniciativa Liberal com este agendamento não é o de alterar a lei eleitoral, porque sabe que isso não é possível, mas tem apenas a intenção de intervir na campanha com este debate, sabendo que não vai ter qualquer outra consequência.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — É uma sinalização de virtude! A Sr.ª Alma Rivera (PCP): — E também é isso que explica que a Iniciativa Liberal não tenha admitido
quaisquer arrastamentos com o seu projeto. Não que o PCP pretendesse arrastar qualquer iniciativa, evidentemente — aliás, não faria sentido criticar um agendamento inócuo dizendo que ele não faz sentido e depois apresentar iniciativas para arrastar; não que se conteste, evidentemente, o direito legítimo de a Iniciativa