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11 DE ABRIL DE 1980

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Piados no lixo. Mão mê parece que esta situação possa perdurar sem ter influência nas possibilidades de infecção das pessoas que por ali andam e dos doentes que ali se encontram.

O bloco operatório oferece um aspecto impressionante, já que qualquer pessoa que passa ali ao lado pode ver o que se passa na sala de operações, pois as portas desta mantém-se abertas, parece que por causa do insuportável calor que lá faz.

Não há um local no serviço de urgência onde o pessoal que lá trabalha possa tomar as suas refeições, o que parece inadmissível, sabido como é que aquele serviço é permanente e que médicos, enfermeiros auxiliares não podem, muitas vezes, tomar a sua refeição a horas certas e sem as interromperem para acudir aos doentes que estão e àqueles que constantemente estão chegando.

O Banco náo tem ainda director, se bem que já indigitado.

O quarto onde dorme o cirurgião de serviço, com as paredes e tectos totalmente degradados, mais parece o quarto de uma pobre barraca de «bairro de lata», com .roupas de cama rotas, com um mobiliário insuficiente e em mau estado.

A relação do espólio dos doentes é feita por um só funcionário, que recebe todos os bens e valores que eles levam para o serviço de urgência. Daí que volta e meia se levantem questões, pondo-se a acusação de que o que se devolve não corresponde àquilo que se recebeu.

Durante a noite, por falta de policiamento, há pessoas que entram na sala de espera do Banco e ali passam a noite deitados a dormir, ceuamente por não terem um tecto que os abrigue.

Ainda durante esta visita fokios referido por médicos e enfermeiros que se verificam certas deficiências, como sejam a falta de enfermeiros para poderem acompanhar os doentes que estão nas macas aguardando para ser radiografados, o que ocasiona, por vezes, a sua queda das macas, e, logicamente, o aparecimento de fracturas ou o agravamento de fracturas já existentes, e a falta de aparelhos portáteis de raros x.

São estes, e outres a que nem sequer fazemos referência, aspectos de ordem técnica sobre que, como é óbvio, não posso, por carência dos necessários conhecimentos, pronunciar-me.

Por isso. do que apontado fica se tiram as seguintes conclusões:

J) É indubitável que, taJ como se encontra, o serviço de urgência do Hospital de S. José (Banco) não pode responder ao que dele se entende exigir. Só um novo serviço, construído propositadamente para o fim a que se destina, com espaço e equipamento e pessoal adequado em número qualidade suficientes, pode resolver a contento a situação. Todavia, enquanto ta' se não consegue, seria possível obviar aos mais graves inconvenientes se fossem tomadas as seguintes medidas:

a) Estabelecimento de um adequado serviço de vigilância, ou seja do necessário policiamento nas instalações em ordem a não consentir que:

1) Os familiares e acompa-

nhantes dos doentes que são transportados ao serviço de urgência entrem com estes dentro do serviço;

2) De noite entrem e se ins-

talem a dormir na sala de espera vagabundo)», noctívagos, marginais ou simplesmente pobres, que dali fazem hospedaria ou campo de acção para actos de gatunice:

3) Deixem, portanto, estacio-

nar ou andar peio meio dos corredores, na entrada, instalações sanitárias, etc, pessoas que não sejam trabalhadores do serviço de urgência ou doentes.

o) Acordo feito, imediatamente, entre a direcção do Banco ei a Polícia de Segurança Pública, em ordem a esta fornecer, em regime de permanência, o número de guardas suficiente para este serviço de policiamento, sem dependência de qualquer pagamento, já que. além do mais, é ridículo e totalmente inadmissível que o Banco (que é serviço público do Estado) tenha de pagar à PSP (que também o é) para que possa haver um policiamento que é indispensável ao normal e eficaz funcionamento deste importante serviço público:

c) Estabelecer a obrigatoriedade dc a relação do espólio dos doentes ser feita por funcionário especialmente destacado para esse fim, lavrando-se auto, com a aissinatura confirmativa de outro funcionário e de um dos agentes da PSP que esteja de serviço ao Banco;

II) Aproveitamento provisório do espaço onde agora se efectuam os espectáculos de Natal para nele instalar, com divisórias amovíveis, enfermarias onde possam ser postos os doenies, que agora se espalham pelos corredores do Banco: