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31 DE JANEIRO DE 1981

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É com satisfação que registo, o que é sempre consolador ouvir, as palavras do Sr. Administrador, aliás reforçando o que escrevera no referido oficio de convite, agradecendo o relatório que lhe fora enviado, que classificou de muito útil para facilitar o desempenho da sua difícil missão, e pelo serviço que prestou ao arranque das melhorias em curso.

E foi com maior satisfação e bastante agrado que me foi dado verificar nesta visita de agora não só o espírito, vontade e determinação com que o Sr. Administrador se lançou na realização das melhorias de possibilidade de realização imediata, como o empenho e orientação com que está seguindo e preparando, depois de estudo consciencioso, as melhorias e soluções de médio prazo que se mostram imprescindíveis.

Logo de entrada se nota, em relação ao que se notava em Maio de 1979, uma acentuada melhoria: o acesso ao serviço de urgência não tem já aquele aspecto de desorganização e indisciplina que então se verificava. Quem entra já tem de se dirigir ao porteiro, que tem junto de si um guarda da PSP, não entra sem autorização daquele e não passa das dependências de entrada, onde se situam o serviço de informações e uma sala de espera. E tudo tem já um aspecto diferente, já que as paredes não têm o ar degradado que apresentavam em 1979. Vê-se organização e ordem; desapareceu a balbúrdia, á confusão, o atropelar de pessoas, o barulho.

Os corredores, passado o guarda-vento, ainda têm macas com doentes e, infelizmente, parece que continuarão a ter por algum tempo ainda, enquanto se não conseguir que deixem de afluir aos serviços de urgência doentes que vêm de todos os pontos do País e que deveriam ficar em hospitais centrais ou até mesmo regionais, se estes passassem a assumir, como deveria ser, as responsabilidades que lhes devem caber e se não «desembaraçassem» (parece ser esta a expressão justa) indevidamente dos doentes que lhes aparecessem e não os atirassem para o banco de S. José, onde têm de ficar por vezes para aguardar transferência, o que provoca congestionamento.

Tem-se, todavia, a impressão de que já é superior o número de enfermeiros ou, pelo menos, que o trabalho estará melhor orientado, já que se colhe a ideia de que os doentes se não encontram mais «abandonados» em cima das macas.

O aspecto geral do serviço de urgência melhorou sensível e substancialmente. A maior parte dos tectos e das paredes foram reparados e pintadas, e as que o não foram foi porque se aguarda a transferência para outro local dos serviços dessas dependências, como é, por exemplo, o caso do bloco operatório.

Estão já em funcionamento os novos balneários para os doentes, os quais apresentam um aspecto de perfeita higiene e são modernos, claros e arejados.

O local onde se despejam as arrastadeiras foi convenientemente separado daquele onde se aquece e deposita a comida, que ficou dele completamente isolado. E ambos apresentam um aspecto agradável, forrados a azulejo branco, mais espaçosos, claros e limpos, tendo desaparecido o ar de «porcaria» que apresentavam em Maio de 1979. O local onde se situava o quarto do cirurgião de serviço e o que lhe dava acesso foi completamente remodelado e repara-

do, constituindo hoje uma simples, mas decente, sala de convívio e um pequeno gabinete de leitura, tudo bem pintado e alcatifado.

Não se vêem já pelo chão ou acumulados aos cantos de uma ou outra dependência as gazes, os algodões, os pensos, cheios de sangue ou de pus.

O problema das refeições do pessoal que trabalha no serviço de urgência parece estar resolvido pelo estabelecimento de horários diferentes no refeitório central do Hospital para o pessoal de urgência, já que, ao que parece, não seria aconselhável, dada a sua distância da cozinha, a reabertura da sala que outrora servia para seu refeitório próprio.

Mas há ainda que resolver problemas ligados com a tomada de refeições simples ou apenas da tomada de café ou refrescos, o que está em estudo, e parece com solução inteligente e prática, com uma obra a realizar no refeitório do Hospital.

Devo assinalar ainda que agora o serviço de requisição de raios X já se encontra com guichets capazes e decentes e instalado com decência, não sendo o tabique que era, com toscas aberturas a servir de guichet.

A inauguração da enfermaria de operados desse serviço de urgência e de reanimação foi assinalável melhoramento, encontra-se com aspecto muito agradável e parece moderna e eficientemente apetrechada, sendo certo que até os elevadores que conduzem ao piso já não têm aquele ar de «saídas de arrecadação de museu» que dantes apresentavam.

As obras que estão sendo realizadas numa enfermaria de outro piso, esta já com capacidade de apreciável número de camas, tornam-na mais clara, com mais luz, apresentando um aspecto bastante agradável à vista.

Igualmente é de assinalar ter sido considerado o reparo que se fazia no relatório de 1979 sobre a forma de elaborar a relação do espólio dos doentes.

Notou-se ainda, e com viva satisfação, que toda a instalação eléctrica do serviço de urgência está a ser substituída, o que se impunha desde há muito, até pelo perigo que representava, e ainda representa, enquanto não estiver concluída a substituição, incluindo o quadro, que nem resguardado está.

Também se soube, com agrado, que já foram limpos e fixados os azulejos da cozinha central do Hospital.

Esta visita de agora deixou-me uma boa impressão, não só pelo que se viu, mas também pelo que se ouviu, já que me parece ter-se entrado no bom caminho e que a sua administração e a direcção do serviço de urgência, que, aliás, nem havia em Maio de 1979, estão firmemente empenhadas em realizar obra digna, dentro das possibilidades de espaço e de pessoal que dispõem, para o que será preciso apenas que quem de direito lhes conceda o apoio, a diligência e rapidez nas resoluções e tenha a humildade bastante para decidir sem utopias, nem manias de grandeza e de fachada, com realismo e firmeza, as chamadas pequenas coisas, às vezes muito mais importantes, porque as grandes não se chegam a realizar.

E, nesta ordem de ideias, importaria que, com urgência, se estudasse o novo quadro de serviço, ac-tualizando-o, pondo-o em conformidade com as necessidades, designadamente no que toca a pessoal auxiliar, e importa que sejam dados os meios neces-