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31 DE MARÇO DE 1984

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parte deste importante cliente, iniciativas, das quais conhecemos pormenores, no sentido de a FEMSA participar como fornecedor de componentes?

Se não, vejamos: • Em Fevereiro de 1981 apresentou-se nas instalações desta empresa o director de Desenvolvimento da Renault, tendo em vista a definição de produtos para um novo carro a lançar em meados de 1982. Decorridos 3 anos, verificamos que não só não foram lançados produtos para esse carro como também não foram lançados para outro que haveria de aparecer.

De notar que esses dois veículos serão no ano de 1984 cerca de 50 % da produção da Renault.

Concluímos daqui que a diminuição no crescimento percentual da produção nacional não é justificação aceitável, já que neste momento apenas abastecemos cerca de 50 % das necessidades da Renault, por não terem sido tomadas em devido tempo actuações que assegurassem o acompanhamento do projecto Renault, como era desejo daquela empresa, pelo que sabemos das suas insistências constantes nesse sentido.

Para os veículos já referidos, tanto quanto nos é dado saber, os aparelhos estão definidos.

Não sabemos, pois, por que é que não se arranca com os investimentos necessários para a fabricação dos novos produtos, já que são de tecnologia semelhante aos que já se fabricam.

2." pergunta:

Por que é que não se diz que no mercado internacional só vendemos para clientes que nos são distribuídos por Madrid, ou ainda que não há qualquer autonomia desta empresa na procura de novos mercados no estrangeiro?

No que diz respeito ao mercado de exportação, designadamente as bobinas de ignição, o motivo principal da quebra de mercado deve-se, fundamentalmente, à não apresentação de uma nova bobina de ignição electrónica, como era desejo tanto da Renault (Régie) como da Citroen e Peugeot.

Não se tratou, pois, de anulação de programas, mas, sim, do não acompanhamento da evolução tecnológica do produto.

Até porque durante a década de 80 a bobina convencional (embebida em óleo) será um aparelho a desaparecer do mercado de primeira montagem.

Ainda no sexto parágrafo refere a empresa o aumento imparável dos custos.

Quais custos? Os gastos totais com o pessoal de 1982 para 1983 apenas tiveram um acréscimo de 5 %!

Razões que impossibilitam o acordo com as estruturas representativas dos trabalhadores

Referiremos, previamente, que em reunião com a comissão de trabalhadores, em 2 de Dezembro de 1983, a direcção da empresa propôs a antecipação de férias, previstas, como sempre, para Agosto, para todos os trabalhadores para Fevereiro, abrangendo um determinado número de operários. A comissão de trabalhadores convocou de imediato um plenário, onde foram analisadas as implicações de tal proposta, tendo ficado decidido que este ou outro sacrifício que viesse a ser

pedido aos trabalhadores só seria admitido para discussão e eventual aceitação desde que acompanhado por garantias efectivas de manutenção dos postos de trabalho e do futuro da empresa.

Das razões que impossibilitaram o acordo com os órgãos representativos dos trabalhadores a direcção da empresa apenas comenta o segundo ponto (1.2).

Ao afirmar que é «um passo prévio indispensável para assegurar a manutenção dos posios de trabalho» a suspensão de trabalhadores, dizemos nós que se a empresa quisesse realmente dar passos prévios autênticos já o podia e devia ter feito.

Chamamos aqui a atenção para os documentos anexos n.05 2, 3, 4, 5 e 6. Desde 1981, em todos eles damos, como se pode verificar, grande importância ao futuro da empresa e à garantia dos postos de trabalho.

O conteúdo do documento anexo n.° 3, acta de uma reunião entre a comissão de trabalhadores e a direcção-geral da empresa, é, na realidade, o sinal de alerta.

O comportamento da Robert Bosch em relação às fábricas FEMSA em Espanha, as várias declarações de intenções sem qualquer concretização posterior e o próprio comportamento da Robert Bosch (Portugal) — veja-se o processo de encerramento da filial FEMSA em Lisboa, operação comandada pela Robert Bosch, ocorrida em 1 de Abril de 1982, e que se traduziu em uma transferência de uma actividade rentável da FEMSA para Robert Bosch (Portugal), originando o despedimento de 9 trabalhadores— retiram qualquer credibilidade às já de si inconsistentes justificações apresentadas com o requerimento.

No segundo parágrafo do ponto 2.1 reconhece a empresa a necessidade de adoptar outro tipo de medidas, segundo o ponto 5 do processo, em que a empresa diz estar já a trabalhar.

Desconhecem os órgãos representativos dos trabalhadores qualquer actividade nesse sentido.

No terceiro parágrafo ainda deste ponto 2.1 considera a empresa que poderia tomar outras medidas mais drásticas.

Consideramos que esta parte do texto encerra efectivamente uma ameaça, em que transparece uma convicção de «tudo querer e tudo poder» por parte da empresa.

Não podemos deixar de referir o facto de que as tais medidas mais drásticas, que, segundo a empresa, poderiam ser tomadas, têm leis que regulamentam a sua aplicação e têm, normalmente, respostas adequadas e muito concretas dos trabalhadores atingidos.

No ponto 2.2 pretende a empresa responsabilizar os contextos pela rentabilidade e pelos postos de trabalho.

Sem nos dispormos a aprofundar a questão dos contextos, que certamente nos levaria longe, para nós é lícito considerar que os actos de gestão e as intenções com que forem praticados serão muito mais responsáveis pela rentabilidade da empresa do que os contextos.

Por outro lado, quando uma empresa dispõe de trabalhadores operários que conseguem imprimir um ritmo de trabalho que já foi classificado de excepcional junto da comissão de trabalhadores por um alto responsável do Grupo, haverá que analisar de quem é a responsabilidade de a actividade industrial não ser rentável. Mas, para nosso espanto, vem a empresa propor, para