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6 DE FEVEREIRO DE 1985

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talar entrar em serviço. Isto porque vão aparecer mais camas e vão aparecer outros meios. Assim, estimamos que esta verba seja suficiente. Todos os outros encargos estão assumidos e, quanto à colocação de especialistas e pessoal de enfermagem, já estamos a contar com a dimensão desses hospitais. Isso está na coluna referente ao «Pessoal». A entrada em serviço de 4 novos hospitais não vai custar só 214 000 contos, o que tem a ver com o agravamento de consumos face ao orçamento dos hospitais anteriores.

O Sr. Vidigal Amaro (PCP): — Dá-me licença, Sr. Ministro?

O Orador: — Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Vidigal Amaro (PCP): — Os hospitais vão começar a funcionar este ano?!

O Orador: — Pelas informações de que disponho da parte do Ministério do Equipamento Social, os hospitais ou grande parte deles podem ser entregues ao Ministério da Saúde.

Bem, o que é que eu fiz? Com as comissões instaladoras desses hospitais, nomeei o Director-Geral do Gabinete de Instalações e Equipamentos da Saúde, mais concretamente o professor Eduardo Caetano, para coordenar com eles um esquema de arranque. Isto porque nós vamos receber esses hospitais, tal como recebemos alguns, sem ensaiar as coisas. Se algo está avariado, o Ministério do Equipamento Social já não manda reparar e isso recai sobre o orçamento da saúde.

Aliás, nós temos um esquema de arranque. Já arrancaram 2 hospitais: um, em Abrantes e outro, em Santarém, indo o mesmo acontecer com o hospital do Barreiro. O Hospital Júlio Reis, em Coimbra, vai arrancar para o mês que vem.

Como é que começamos a ensaiar? Normalmente o esquema é este: primeiro, são feitas as caldeiras; depois as canalizações; depois começamos a ensaiar o equipamento e depois as primeiras transferências. Quais são elas? Por exemplo, quanto a lavandarias, deixa-se de lavar na lavandaria velha e passa a lavar-se na nova; quanto a alimentos, deixa-se de cozinhar na cozinha velha e passa-se a cozinhar na nova, e assim progressivamente. É esse o esquema que está concebido.

Mas mais: isto vai levar-nos, porque é indispensável, a treinar o nosso pessoal com o novo equipamento, porque ele está habituado ao velho. O novo equipamento é mais moderno, precisa de cuidados, e o próprio pessoal precisa de ser reciclado. Isso faz-se com o fornecedor e com o SUCH (Serviços de Utilização Comum dos Hospitais). É isso que está programado. Quando se diz que o hospital arranca em Outubro, quer dizer-se que, em Outubro, o hospital, começa a ter doentes lá internados.

Se o hospital de Coimbra vai ou não arrancar, não sei; nós estamos a trabalhar para isso, estamos preparados para arrancar.

Os hospitais de Abrantes, Santarém e Barreiro podem arrancar, com certeza.

Quanto ao hospital de Coimbra, ainda há um problema de equipamento de radiologia e não sei o quê mais, e não tenho conhecimento se o equipamento vem ou não. Mesmo assim, a minha opinião é a de que parte de alguns serviços podiam arrancar, porque não estão tão pendentes desse equipamento. Isto apesar de

eu dizer — e já o disse publicamente e repito — que, se fosse eu o ministro que tivesse decidido a construção do hospital de Coimbra, de maneira nenhuma, decidia um hospital do tamanho que ele tem. Vai ser um hospital gigante, com capacidade para mil e tal camas. Vai ser uma boa dor de cabeça!...

Em virtude de ter intervindo sem utilizar o microfone, não é possível reproduzir a fala do Sr. Deputado Vidigal Amaro.

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, preferia que não fizessem diálogo.

O Orador: — Ouvi agora aqui um diálogo e devo dizer que essa decisão é anterior ao 25 de Abril. O concurso é de 1972.

O Sr. Presidente: — O Sr. Ministro terminou?

O Orador: — Sim, penso que não me falhou nenhuma questão.

O Sr. Presidente: — Antes de dar a palavra aos Srs. Deputados que, entretanto, se inscreveram para usar da palavra, parece conveniente, uma vez que o Sr. Secretário de Estado do Orçamento também pediu a palavra para intervir, dar, desde já, a palavra ao Sr. Secretário de Estado do Orçamento.

Tem a palavra, Sr. Secretário de Estado do Orçamento.

Em virtude de ter intervindo sem utilizar o microfone, não é possível reproduzir a fala do Sr. Deputado Hasse Ferreira.

O Sr. Secretário de Estado do Orçamento (Alípio Dias): — Quanto aos cortes, não, porque os cortes, como é evidente — e isso resultou da exposição do Sr. Ministro da Saúde — são uma questão de opção do Governo. O orçamento do Ministério da Saúde foi discutido pelo Governo e, portanto, o orçamento que nos é presente reflecte as opções que o Governo tomou nesta matéria.

O Sr. Hasse Ferreira (UEDS): — Dá-me licença que o interrompa, Sr. Secretário de Estado?

O Orador: — Faça favor.

O Sr. Hasse Ferreira (UEDS): — Por isso mesmo e porque o Sr. Ministro da Saúde não os pode justificar — e devo dizer que justificou, e bem, a proposta — alguém, por parte do Governo, há-de aparecer a justificá-los. Esse alguém é, certamente, o Ministério das Finanças.

O Orador: — De facto, o Sr. Ministro da Saúde justificou as opções que fez. Com a dotação que aceitou e que geriu, o Sr. Ministro fez as opções que lhe pareceram mais convenientes e que foram aceites pelo Governo. Julgo que essa matéria está suficientemente explicada. Nenhum de nós está satisfeito, todos nós gostaríamos de ter mais e fazer mais; contudo, é uma questão de opção. De resto, esta Comissão poderá fazer outras opções, se porventura achar as dever fazer, pois este é um bom momento para isso. Esta Comissão pode dizer: «Vamos dar mais 5 ou 6 milhões de contos ao Ministério da Saúde e cortamos noutros.»