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II SÉRIE — NÚMERO 92

Entendemos, de facto, que é fundamental a participação dos cidadãos, quer em colectivos, quer em associações específicas e também, como disse há pouco, em partidos políticos.

lá agora, porque os Amigos da Terra são uma associação que permite que qualquer dos presentes se faça seu sócio e connosco participe nas nossas campanhas e porque sei que aqui, na Assembleia da República, várias vezes se tem colocado a questão de saber onde é que estão esses Amigos da Terra, queria aqui deixar a morada: Amigos da Terra, Praça da Ilha do Faial, 14-A, em Lisboa, ali à Estefânia.

Podem contactar-nos por escrito, de. preferência, visto que não temos condições para ter membros permanentes a trabalhar na nossa sede.

Aceitaríamos igualmente de bom grado pessoas que estivessem disponíveis para fazer trabalho voluntário.

Portanto, fica aqui o contacto, o convite e acho que não seria de mais que as pessoas que tanto falam de ecologia se tornassem, de facto, ecologistas, e tornar-se ecologista é ser-se «Amigo da Terra».

Aplausos.

O Sr. Presidente: — Depois da primeira volta, que acabou com uma intervenção do nosso amigo António Eloy, acrescentando a morada da sua sede, iríamos dar início à segunda volta.

As regras do jogo, que há pouco foram referidas, iam no sentido de, tendo nós 2 horas menos 7 minutos ainda disponíveis para debate, todos os nossos participantes se irem inscrevendo ao longo do debate no sentido de se possibilitar o maior diálogo possível.

A única sugestão que faço, e contra nós próprios falamos, vai no sentido de uma análise breve em relação à primeira volta em que, mais uma vez, se verificou um pouco, se assim lhe pudermos chamar, uma supremacia de intervenções das organizações partidárias de juventude.

Tentando evitar que isso volte a acontecer, pensa a Mesa que seria positivo e benéfico para todos, até porque todos nós estamos aqui para aprender, que em relação a esta matéria, quando se fala no papel dos jovens e no das organizações juvenis, se falasse também no sentido de conhecermos, também nós próprios, a realidade do que são as tarefas e o trabalho das organizações juvenis não partidárias no âmbito da sua intervenção social.

Pensa a Mesa que isso seria importante e bastante positivo para o desenvolvimento dos nossos trabalhos e, inclusive, para o próprio debate, que poderá ser enriquecido.

Assim, faço daqui um apelo para que as associações não partidárias intervenham mais acerrimamente na defesa dos seus pontos de vista em relação àquilo que entendem como mais positivo e mais válido no sentido da inclusão dos jovens na tarefa de transformação social.

Portanto, dou, desde já, como abertas as inscrições para a segunda fase deste debate e saliento que há algumas pessoas que já se tinham inscrito.

Para uma intervenção, tem a palavra o Carlos José da JCP.

O Sr. Carlos José (JCP): — Já houve aqui um conjunto de intervenções que vão bater, mais ou menos, no mesmo. Ou seja, afinal o problema é uma luta de gera-

ções e, qual não é o meu espanto, é a geração do passado, aquela que viveu antes do 25 de Abril, que está contra a geração do futuro, que é a que viveu ou que se formou depois do 25 de Abril.

No entanto, esquecem algumas pessoas que a geração que se formou depois do 25 de Abril não é, nem mais nem menos do que uma consequência de um 25 de Abril que, por acaso, até foi feito por aqueles que tinham vivido a geração de antes do 25 de Abril.

Ora, isto pega com a intervenção que também ouvi, de alguma forma divertido, do meu colega ou ex-colega sobre algumas afirmações que foram feitas em relação à pré-história.

De facto, falar de pré-história em relação ao 25 de Abril é qualquer coisa que não sei bem como definir e não sei bem como definir, particularmente, nesta sala, exactamente pelas razões que o António Eloy disse.

Aqui, também se passou o 1822 e, de facto, a história não é uma coisa que sc faça no momento, pois há raízes, há heranças e aquilo que nós somos hoje não é nem mais nem menos do que o resultado de muitas gerações de homens que fizeram o país que somos hoje, que nos fizeram a nós e que te fez inclusive a ti com todos os teus pensamentos, com todas as tuas opiniões.

Mas penso que apesar de tudo, e como eu, aliás, tinha terminado a segunda intervenção que fiz, é hoje importante, exactamente por afirmações que foram feitas aqui, falar de Abril c do 25 de Abril. E é tão importante quanto ele não ¿ a pré-história, quanto ele não está morto, quanto ele está cada vez mais vivo e cada vez mais presente.

Ele está vivo nesta Sala pelo facto de nós estarmos nesta reunião a discutir os problemas da juventude, ele está vivo em todos os sítios deste país, e c por isso que muita gente tem grandes dificuldades e, concretamente, este governo tem grandes responsabilidades em avançar com a sua política. £ exactamente por isso que que o 25 dc Abril está vivo c porque a juventude portuguesa sente bem o que significa o 25 de Abril.

Por outro lado, há uma certa ironia no facto de se vir para aqui falar no novo, nas ideias novas e nas propostas novas, advogando pensamentos antigos.

Hoje em dia, a juventude c um alvo preferencial de propaganda, digamos, dc difusão de modelos importados, de modelos dc vida alienantes importados e, hoje em dia, temos nos nossos meios dc informação, nos que temos, uma cassette dc facto, que é a cassette do moderno e do novo e da terceira vaga e que, agora, com os computadores é que vai ser ...

Isto quando, de facto, tudo o que aí está no conceito da terceira vaga é tão velho, tudo o que aí está no conceito de terceira vaga, isso sim, é pré-história, isso sim é paleolítico.

De facto, ao falar-se na terceira vaga, ao falar-se no novo e argumentar com o novo com pensamentos do século xviu, sinceramente há uma certa ironia nisso.

Por outro iado, queria só fazer duas referências a duas coisas que foram aqui ditas.

Em primeiro lugar, argumenta-se que o Estado é centralizado c que, porque é centralizado, dificulta o desenvolvimento.

Pergunto: por que é que, então, o Governo tem a politica de agrilhoar ainda mais o poder local, de criar dificuldades ao desenvolvimento das autarquias, asfixiando-as financeiramente, e de aumentar, ainda mais, a pressão do Governo sobre o poder local e sobre as autarquias?