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II SÉRIE — NÚMERO 93

vem para aqui com a cassette estudada é quem não liga importância rigorosamente nenhuma às propostas que apresentamos e que preferem apenas dizer que isso não interessa, porque é sempre a mesma conversa. Ainda ninguém se debruçou aqui concretamente sobre qualquer uma destas iniciativas legislativas que os deputados comunistas tomaram. E também ainda ninguém se debruçou sobre nenhuma das propostas concretas que aqui tivemos oportunidade de apresentar esta manhã.

Só queria ainda referir mais uma pequena coisa e que se reporta à intervenção do nosso amigo da Tuventude Socialista. Falava da impossibilidade de satisfazer as condições de vida dos jovens e dava até o exemplo de como é que querem que os jovens tenham assistência medicamentosa condigna e condições de ensino. Dizia-se que não pode haver tudo, há que optar pelo desenvolvimento de um ou outro aspecto.

Aqui, nós só perguntamos como é que se pode conceber uma política de apoio ao benefício das condições de vida dos jovens sem se optar por uma política de desenvolvimento da capacidade produtiva! Não vimos como e gostaríamos que nos explicassem. Por outro lado, interessa saber como é que se pode conceber uma política de apoio ao benefício das condições de vida dos jovens sem se optar por uma política de desenvolvimento da capacidade produtiva. Não vimos como e gostaríamos que nos explicassem!

Como é que uma política que contribua para o aumento da capacidade produtiva pode ser contraditória com o melhoramento das condições de vida dos jovens? Isso não nos explicaram! Como é que çsta política pode contribuir, de alguma forma, para melhorar as condições de vida dos jovens? Por que razão não optam decididamente por uma outra política?

O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.a Conferencista Fernanda Garcia.

A Sr.° Fernanda Garcia (Associação de Promoção Cultural — APCC): — Queria apenas fazer um pequeno comentário ao que o Sr. António Felipe disse acerca da identificação desta Conferência com a Assembleia da República.

Preocupa-me bastante se esta Conferência se identifica, de algum modo — seja no tipo de discurso ou nas posições defendidas—, com a Assembleia da República. E isto porque estou aqui a representar uma associação não partidária, e sei que isto é diferente porque tenho aqui assento e posso falar. Talvez seja devido a um tipo de discurso, por exemplo o do Carlos José — a que não posso responder, pois tenta atribuir culpas —, que as associações não políticas aqui presentes não podem frequentemente aqui intervir. Não interessa estar aqui a discutir de quem é a culpa, mas gostava de discutir com todas as outras associações, políticas e não políticas, projectos e o que podemos fazer em conjunto, seja qual for o governo que esteja!

Aplausos.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Conferencista António José Seguro.

O Sr. António José Seguro (JS): — Peço desculpa por náo ter estado aqui presente esta manhã, mas não

foi, como disseram à entrada muitos de vós, por me ter deitado bastante tarde. Pelo contrário!

Risos.

De qualquer maneira, tal como ontem — e desde o início dos trabalhos, passando por esta manhã—, e embora não tenha estado presente, alguns amigos já me contaram o que se passou: a Juventude Comunista Portuguesa continua preocupada com aquilo que nós dizemos. E, de facto, a maior parte das intervenções que faz é para nos responder, pôr perguntas ou manifestar a sua preocupação. Óptimo!

A única coisa que queria pedir — não à Juventude Comunista Portuguesa, mas, por exemplo, ao Carlos José e ao António Filipe— era que me dissessem, à excepção de Portugal (em que eles tanto quiseram insistir!), Espanha, França —pelo menos, destes países onde já estive! —, Roménia e Checoslováquia (em que, na semana passada, dois camaradas da Juventude Socialista tiveram oportunidade de visitar aquilo que lhes deixaram), que me apontassem um país do mundo onde todas as vossas soluções aqui apontadas e, sobretudo, tudo aquilo que vocês aqui criticaram existe ou, pelo menos, está eliminado. Só peço um e há muitos países no mundo!

Torno a explicar: quero que vocês me apontem um país no mundo onde não haja desemprego, onde não haja tudo aquilo que vocês disseram que existe em Portugal — algumas das coisas até as ouvi aqui pela primeira vez! Penso que falar disso era reproduzir aquilo que se passa na sala ao lado!

De qualquer maneira, quero dizer-vos que não tenho nem temos nenhuma procuração para falar aqui em nome do Governo. Muitos tiveram oportunidade de criticar! Quer dizer: sem demagogia, fomos das primeiras organizações a defender uma mudança da política no Ministério da Educação quando era ministro o José Augusto Seabra! E dissemos que éramos contrários a que para este Ministério fosse, inclusivamente, um Seabra socialista. Isto quer dizer qualquer coisa!

Obviamente, não temos procuração nem do Governo nem do nosso camarada Sottomayor Cárdia para virmos aqui, num convívio destes, defendê-los de tudo aquilo que eles fizeram.

De qualquer maneira, quero lembrar que as situações são concretas e, quando o decreto sobre gestão foi elaborado —na altura era ministro da Educação o Sottomayor Cárdia —, com certeza que a realidade (e vocês não se esquecem tão cedo dela, pois estão sempre a falar dela) era inevitavelmente diferente. Mas terei oportunidade de lhes dizer que nós, JS, nomeadamente através de muitos dos nossos inscritos que fazem parte da Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra — e, por exemplo, estão aqui duas dessas pessoas como observadores! —, estamos a trabalhar em proposta alternativa a esse decreto sobre gestão. Gostava que, muito sinceramente, vocês nos apresentassem as vossas propostas alternativas a isso!

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Conferencista Carlos José.

O Sr. Carlos José (JCP):—Em primeiro lugar, só uma coisa muito rápida.