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18 DE JUNHO DE 1986

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A actividade económica principal —a indústria vidreira— emprega cerca de 7000 trabalhadores, distribuídos por mais de 80 empresas. Abastece quase integralmente o mercado interno e produz também para a exportação.

A produção de moldes para plástico emprega cerca de 3000 trabalhadores em mais de 100 empresas. A quase totalidade da produção nacional sai das fábricas da Marinha Grande e destina-se em grande parte ao mercado externo.

Também a transformação de plásticos, cerâmica, serração e transformação de madeiras, cartonagem, serigrafia, artigos de iluminação e decoração, fabrico de máquinas e acessórios, entre muitas outras, constituem actividades económicas de relevo na vila da Marinha Grande.

Além desta grande vitalidade económica, a Marinha Grande reúne todos os requisitos legais exigidos para a sua elevação a cidade, conforme se documenta no anexo a este projecto de lei:

No último recenseamento eleitoral a Marinha Grande registou cerca de 21 000 eleitores em aglomerado populacional contínuo, sendo hoje o mais populoso aglomerado urbano do distrito de Leiria;

Possui também um conjunto de equipamentos colectivos nos domínios da saúde, ensino, assistência, cultura, etc, vasto e moderno, designadamente:

a) Um hospital;

b) Cinco farmácias;

c) Corporação de bombeiros;

d) Várias salas de espectáculos;

e) Um museu e bibliotecas;

f) Um estabelecimento de ensino preparatório e um secundário;

g) Diversos estabelecimentos de ensino pré--primário, infantários e escolas de ensino especial;

h) Transportes rodoviários suburbanos e ferroviários;

0 Diversos parques e jardins públicos.

Nestas circunstâncias, é da mais elementar justiça elevar a vila da Marinha Grande a cidade, correspondendo às aspirações dos seus cidadãos, pelo que o signatário, deputado do Partido Socialista, propõe o seguinte projecto de lei:

ARTIGO ONICO

A vila da Marinha Grande é elevada à categoria de cidade.

Assembleia da República, 14 de Junho de 1986.— O Deputado do PS, Rui do Nascimento Rabaça Vieira.

Anexo ao projecto de lei n.° 238/FV — Elevação à categoria de cidade da vila da Marinha Grande

Situado no extremo norte da província da Estremadura e no distrito de Leiria numa vasta zona de planície a 89 m de altitude e com o ponto mais

elevado no Alto dos Picotos a apenas 130 m, o Município da Marinha Grande está encravado na plar.ura e cercado por um horizonte de pinheiros.

A vila da Marinha Grande tíisía cerca de 30 fon de Lisboa, 80 km de Coimbra, 12 km de Leiria, 22 km e 50 km dos portos da Nazaré e da Figueira da Foz, respectivamente, e cerca de 10 km do prevista aeroporto civil de Monte Real.

As primeiras notícias históricas referentes à Marinha Grande datam do século xvi, sendo ponto assente que a povoação cresceu à volta da maior floresta de pinheiro-bravo da Europa — o Pinheiro cc Rei—, então o principal, se não mesmo o único, pólo de desenvolvimento da região.

Com a área actual de 11 175 ha, cobre cerca d!s dois terços do Município da Marinha Grande, não sendo muito seguras as notícias históricas acerca da sua origem. Porém, é sabido que já as madeiras para as caravelas de pesca costeira de D. Dinis que aportavam ao porto de Paredes (a su: ce Sãc Pedro de Muel) teriam saído das suas matas. É de presumir que desde D. Sancho II (século xui) o pinhal cone-çasse a ser encarado como pólo de desenvolvimento. Terá sido, porém, no século xiv, D. Dinis quer: o terá coutado pela primeira vez.

A contenção das areias que invadiara os terrenos de cultivo foi uma das razões do alargamento e expansão do Pinhal do Rei, mas foi o seu aproveitamento económico que permitiu o surto industrial ceais poderoso e concentrado de toda a região Centro do ?sís. Foi, na verdade, a partir das actividades fioresíais que as populações começaram a aparecer e a fixar-se.

Da Marinha (certamente por ser perto do raar), pequeno aglomerado a leste do Pinhal, não há notícias antes dos primórdios do século xvi. No entanto, a conhecida praia de São Pedro de Muel (acíuaiíEenis integrada na freguesia da Marinha Grande) é já referida em 1151 na carta de doação passada por D. Afor.so Henriques ao Mosteiro de Alcobaça e parece ser a existência de Moei (do árebe Moer) anterior à íue-dação da nacionalidade.

Os primeiros moradores da Marinha Grande terão sido os couteiros de D. Dinis e os guardas do pinhal, que se dedicaram aos trabalhos florestais, aperfeiçoando as madeiras que serviram para a construção das naus das descobertas, registandõ-se ecs 1527 uma população de 80 habitantes. Como escreveu c poeta Afonso Lopes Vieira, foram eles que «transformaram a mata no gótico pinhal lenhador, compondo, assim, o prólogo não escrito de Os Lusíadas».

A primeira notícia documental referente à Marinhe Grande data de 1590, quando os seus moradores, depois de erguerem uma ermida, pediram e obtiveras licença do respectivo bispo para a; dizer misse.

Em 1600 é criada a freguesia da Marinha Grande, que contava 268 fogos, mantendo-se a sua população a viver em exclusivo do pinhal, pouco crescendo até meados do século xvm.

Até que em 1748 aconteceu a grande explosão, com o estabelecimento na Marinha Grande da indústria do vidro, transferida da Fábrica Rea! de Coina, uma vez que esta havia já esgotado os pinhais vizinhos, procurando então o seu proprietário uma nova focalização que tivesse em conta as condicionantes económicas. Contudo, a primeira fábrica ce vicro alravessoj ainda vicissitudos várias, que levaran c Goverr.o a ter de .intervir.