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II SÉRIE — NÚMERO 2

a per capitão SPA(a)

"VER DIÁRIO ORIGINAL"

Fonte: Eurosiat (1985).

(a) SPA = padrão dc poder dc compra.

Trata-se de um índice significativo que exprime bem algumas limitações estruturais, mas que traduz igualmente uma clara indicação do esforço que colectivamente o País deve desenvolver.

4 r-^- Importa, no entanto, fazer um percurso mais particularizado, a fim de exprimir os níveis de bem-

-estar actuais em áreas específicas, mas fundamentais para a necessária caracterização da comunidade que somos.

É o caso dos níveis qualitativos e quantitativos referentes à alimentação, até pelas profundas mudanças ocorridas nas últimas décadas em consequência do desenvolvimento da agricultura e da alteração de hábitos alimentares.

Neste particular parece evidente que Portugal enfrenta consideráveis dificuldades, além do mais porque as percentagens das despesas com alimentação entre nós representam, nos orçamentos familiares, bastante mais (quase do dobro) do que a média verificada nos restantes países da CEE.

Ê, aliás, o que ressalta do quadro seguinte, onde são igualmente referidos outros consumos considerados fundamentais para a análise em questão.

Consumo final das familias «per capite» por função de consumo

"VER DIÁRIO ORIGINAL"

Fonte: Eurosiat (1984).

Parece indiscutível que se impõem aqui esforços coordenados para uma alteração significativa. Com efeito, Portugal é um dos países com mais baixas capitações na generalidade dos produtos fornecedores de proteínas animais, ou seja, cerca de metade, segundo os dados da OCDE, só sendo superado pela Turquia e, curiosamente, pelo Japão.

A situação alimentar em gorai em Portugal pode caracterizar-se da seguinte maneira, em traços largos:

a) Cerca de um quarto da população portuguesa confronta-se com problemas de saúde resultantes de excessos e desequilíbrios alimentares semelhantes aos existentes nos países mais industrializados;

b) Cerca de ura quarto da população tem ainda carências nutricionais básicas relativamente graves;

c) A generalidade da população sofre as consequências do excesso do consumo de sal, bebidas alcoólicas, açúcares e gorduras.

Como é sabido, parte considerável das mudanças necessárias para melhoria dos níveis alimentares tem que ver, por vezes, com hábitos e comportamentos só alterados mediante adequados fluxos de informação ou por força de actividades educativas.

5 — São indiscutíveis os efeitos, positives ou negativos, que a estrutura sanitária das populações tem nas actividades económicas e mesmo na vida social em geral. Por isso mesmo os elementos relativos à saúde assumem enorme importância na caracterização dos níveis de bem-estar dos países.

Podemos dizer que Portugal apresenta sinais de mudança neste aspecto, que parecem de assinalar, dado

o enorme atraso de que sofria ainda há poucos anos neste domínio.

De facto, é de salientar, em termos de cobertura sanitária, nos últimos anos, um aumento significativo das percentagens de partos assistidos (95 % em 1985), de grávidas atendidas, (mortalidade materna, 0,11 % em 1985), de crianças com menos de 1 ano atendidas nas unidades primárias de saúde, bem como das crianças em idade escolar que beneficiam de exames de saúde adequados.

Por outro lado, tem havido um decréscimo significativo do número de habitantes por médico, de tal modo que praticamente os níveis actuais se podem considerar análogos aos correntes nos países europeus. Este ponto, em si claramente favorável, perde, porém, parte do seu significado se atendermos a que os médicos se encontram distribuídos de modo extremamente irregular no território, dando origem a grandes distorções, geradoras de carências graves, designadamente nas zonas do interior. Por outro lado, podem estar ainda em causa questões relativas à eficácia global das organizações de saúde que enquadram os médicos.

Não obtante aqueles elementos promissores de uma evolução positiva, mantêm-se ainda a nível preocupante certas situações claramente negativas em si e quando comparadas com idênticas situações nos países europeus. É o que se passa com três indicadores de extraordinária importância como são as taxas de mortalidade infantil, de mortalidade neonatal e de mortalidade perinatal, que, não obstante as descidas significativas nos últimos anos, atingem ainda valores muito elevados (respectivamente 16,7 % em 1984 e 17,6 % em 1985, 9,5 % e 18,9 % em 1984). È indubitável que os níveis