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II SÉRIE —NÚMERO 40

A CIA tomou sexta-feira uma iniciativa pouco comum, publicando um comentário no qual pretende desmentir afirmações segundo as quais Casey não disse tudo o que sabia ao ser interrogado pela Comissão de Espionagem do Senado.

Casa Branca empurra para Israel

A grande imprensa norte-americana fez-se eco durante o fim-de-semana das tentativas da Casa Branca f&ra dar a impressão de que Washington foi manobrado por Israel na operação de venda de armas ao Irão. Reagan teria sido vítima de «ingenuidade» ou de má fé de «traficantes de armas duvidosos», de acordo com a imagem que, segundo a imprensa, a Casa Branca pretende dar do comportamento do presidente.

A Presidência divulgou durante as últimas horas documentos através dos quais pretende provar que a operação Irão foi uma iniciativa israelense.

Em Telavive, destacados membros do governo, nomeadamente o primeiro-ministro, rejeitam tal acusação, afirmando que Israel desempenhou um papel «menor» na operação, correspondente a um pedido dos Estados Unidos.

A troca de acusações está a criar fricções entre Telavive e Washington.

O documento da Casa Branca pretende mostrar, segundo o Washington Post, que responsáveis israelenses e intermediários iranianos pressionaram a Casa Branca para que não hesitasse na vencia de armas ao Irão. O texto deseja apresentar o presidente dos Estados

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Utúdos como um homem muito sensível à sorte dos reféns no Líbano e, por isso, capaz até de combater ilegalidades.

O Washington Post afirmou na sua edição de ontem que as escutas das comuriicações dos intermediários utilizados por Washington e Telavive na operação mostram que estes embolsaram comissões importantes e então milhões de dólares desapareceram.

As escutas foram pedidas à NSA, agência norte--americana especializada em espionagem electrónica, porque um dos operacionais do «Irangate», o tenente--coronel Oliver North, suspeitava dos intermediários. Os suspeitos mais citados são o conhecido traficante de armas e um dos homens ricos do mundo Adnan Khashoggi e o iraniano Manucher Ghorbanifar.

Israel rejeita

A NBC e o Washington Post afirmam, citando o relatório da Comissão de Informações do Senado, que um emissário israelense, Amiran Nir, conselheiro do então primeiro-ministro para os assuntos do terrorismo, propôs à Casa Branca o aproveitamento dos fundos iranianos para abastecimento dos somozistas. A ilegalidade foi proposta em Janeiro de 1986, na altura em que Reagan deu andamento à operação Irão. O superagente israelense David Kimche, conselheiro político do Ministério israelense dos Negócios Estrangeiros, é várias vezes citado como o autor da ideia, o que continua a desmentir.

O relatório salienta que Israel receava na altura que uma detrata do Irão na guerra do Golfo comprometesse o equilíbrio de forças na região.

Isaac Shamir, primeiro-ministro israelense, disse ontem que em todo este caso, Israel se «limitou a responder a um pedido americano». Shimon Peres, primeiro-ministro na altura da operação, confirmou essa tese.

Abba Eban, presidente da Comissão de Defesa e de Negócios Estrangeiros do Parlamento israeleense convidou sábado Shimon Peres a depor sobre a participação de Israel no processo «Irangate».

A autodenominada «Oposição Unida Nicaraguense», braço dos somozistas, reconheceu entretanto que regulou certas contas com «fundos de origem estrangeira desconhecida».

(O Diário, de 12-1-87)

Portugal vendeu mais de 1900 toneladas de material de guerra aos «contras» da Nicarágua

Portugal vendeu mais de 1900 toneladas de material de guerra aos «contras» da Nicarágua desde 1984 até Outubro do ano passado, noticia o semanário Expresso na sua edição de ontem. O jornal acrescenta que o valor do material transaccionado atingiu um 1 216 654 contos.

O Expresso acrescenta, sem citar fontes, que as primeiras vendas para os «contras» nicaraguenses se efectuaram em 1984, quando Portugal forneceu 14 toneladas de material de guerra, no valor de 13 399 contos.

Em 1985, quando o Congresso norte-americano cortou a ajuda oficial aos «contras» nicaraguenses e começou a operação conhecida per «Irangate», as vendas directas de material de guerra português com destino aos ex-guardas somozistas aumentaram 1 milhão de contos, produto da venda de armas de guerra e 1 593 100 quilos de munições.

Até finais de Setembro de 1986 — prossegue o Expresso— as vendas de material bélico com aquele destino atingiram os 203 220 contos. No ano passado, entre as principais exportações de armas portuguesas para os anti-sanddnistas, contam-se 103 toneladas de granadas, cinco toneladas de trotil, 158 400 quilos de munições, estas no valor de mais de 100 000 contos.

Estes números incluem apenas as vendas de material fabricado em Portugal ou exportado com essa indicação. A acrescentar a isto é necessário referir que Portugal foi também ponto de passagem de um número indeterminado de aviões (segundo o Expresso, 15

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