O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

764

II SÉRIE — NÚMERO 39

Todavia, já nas Inquirições de 1258 aparecem mencionados ires antropónimos seguidos do lugar que habitavam. S3o eles Petrus Pelou de Frogiaes. Pelagius Bónus de Saneia Marina e Petrus Fernandi de Ramaldi c que parecem corresponder aos três núcleos populacionais mais importantes da Forjães primitiva {Boi. Cult. Esposende, Dezembro de 1983).

Como à data das inquirições são lugares com estruturas bem definidas, então o início da ocupação intensiva destes sítios deve ter começado pelo século x e lançadas as primeiras bases comunitárias já no século xi.

Durante o século XI e parte do século xn assiste-se no Entre Douro e Minho ao consolidar das estruturas paroquiais.

Os diversos núcleos populacionais espalhados pelo aro minhoto sentem que a sua idcnüdadc, como povo, está numa comunidade mais ampla e que comungue dos mesmos anseios. E Forjães, daquela altura, não podia fugir à regra.

As villas e outros aglomerados menores sentiram que a sua força estava numa comunidade com estruturas mais sólidas e coesas. E tudo indica que tivesse sido a Villa Froganes a liderar o processo. Em primeiro, porque empresta o seu nome à notável paróquia, em segundo, porque é, sem dúvida, a Villa Ecclesia com maior índice demográfico e, em termos económicos, a mais poderosa da área (ob. cit., p. 8).

Em 1572 Forjães não faz parte da área que foi delimitada como de Esposende e somente com a reforma administrativa, cm 1835, é que se anexou ao concelho de Esposende.

Diz a tradição que nasceu em Forjães o navegador Frei Gonçalo Velho (Tesouros Artísticos de Portugal, p. 273).

Diga-se, por fim, que Forjães é freguesia charneira do triângulo formado por Esposcndc-Barcclos- Viana do Castelo c é o centro de apoio às freguesias circunvizinhas.

Razões geográficas

A freguesia de Forjães situa-se junto às margens do rio Neiva, a cerca de 13 km da sede concelhia. Está no extremo territorial do concelho, confinando, a norte, com a freguesia de Alvarães, do concelho de Viana do Castelo, sendo linha divisória o rio Neiva, a nascente e sudeste, com as freguesias de Fragoso, Palme e Aldreu, todas do concelho de Barcelos, a sul, com Vila Chã, e a poente, com São Paio de Antas. Estende-se por uma área de 1000 ha.

Razões demográficas

Em 1220 na freguesia havia 19 casais; em 1981 havia 2871 habitantes e hoje a freguesia tem cerca de 3700 habitantes.

Por razões sócio-culturais c pelas estruturas de que dispõe, designadamente a existência de uma escola preparatória c secundária, estabelecimentos comerciais vários, farmácia, médicos residentes, maternidade, restaurantes, para além de outras, assiste-se aqui à fixação cada vez mais de pessoas, quer sejam ou não naturais da freguesia. -

O número de cidadãos eleitores cm 1987 é de 2045.

Razões desportivas e recreativas

A freguesia dispõe de várias organizações de âmbito desportivo, recreativo e cultural, sendo de salientar

Forjães Sport Club, fundado em Abril de 1967, associação desportiva que tem a seu cargo o fomento

e prática do desporto, onde se destaca o futebol de iniciados, juvenis e seniores e, recentemente, hóquei em patins; ACARF — Associação Cultural, Artística e Recreativa de Forjães, fundada em Março de 1983, que fomenta a prática de diversas actividades culturais e recreativas, sendo de sublinhar a prática de atletismo, com participação a nível internacional, o teatro e o jornalismo, dispondo de um jornal mensal;

Grupo de Danças e Cantares de Forjães (infantil e

adulto), fundado em Maio de 1984; Grupo coral, fundado em Julho de 1976.

Razões económicas e etnográficas

Sob o ponto de vista etnográfico, tendo também grande significado no campo económico, Forjães possui uma indústria, do tipo artesanal, muito curiosa, ligada ao fabrico de esteiras de junco. Nesta indústria produz-se ainda a célebre cesta de junco. A cesta de Forjães é muito conhecida em toda a região minhota e está grandemente implantada em todo o país e mesmo na vizinha Espanha. O seu fabrico obedece a determinados princípios, desde a apanha do junco, com todo o seu carácter etnográfico, passando pela cora, pelo enxoframento e tingidura até à fase própria do fabrico da esteira. O tear é uma peça importante, embora de estrutura bastante simples (Manuel Albino Penteado Neiva, in Esposende, 1987).

Na freguesia realiza-se uma feira quinzenal.

A freguesia possui:

Sete fábricas de confecção;

Uma fábrica de serração;

Uma fábrica de oleaginosas (azeite);

Serralharias, oficinas mecânicas;

Carpintarias mecânicas;

Praça de táxis;

Indústria de camionagem;

Indústria de materiais de construção;

Duas pensões;

Uma residencial;

Seis restaurantes;

Dez cafés;

Dois supermercados;

Duas padarias com fabrico próprio;

Várias mercearias;

Duas drogarias;

Três laíhos;

Duas sapatarias;

Três lojas de pronto-a-vestir;

Duas lojas de electro-domésticos;

Uma relojoaria e ourivesaria;

Quatro alfaiatarias;

Seis alambiques;

Três salões de cabeleireiro;

Uma loja de quinquilharia;

Uma livraria c quiosque.

Razões sociais

A freguesia possui uma casa do povo, dispõe de um salão paroquial, com sala de espectáculos, e tem Serviços Médtcos-Sociais, com um posto clínico, vários consultórios médicos e um posto de análises clínicas.

Encontra-se em fase de acabamento a sede da junta de freguesia.