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II SÉRIE — NÚMERO 54

Com a mesma data, 16 de Julho, a P. A. apresenta a factura n.° 328/87, no total de 41 783 818$, sublinhando que «pagamentos por cheque deverão ser enviados à conta n.° 11547212/001 do Banco Totta & Açores, agência de Rodrigo da Fonseca, 1000 Lisboa.

De acordo com a proposta, com a referência CF/AP-414/87, a campanha teria várias direcções, pretendendo abranger a rádio, a imprensa e a televisão.

O primeiro ponto da proposta refere a produção TV, prevendo a realização de um «filme institucional» com a duração de dois minutos, produção e realização de um filme publicitário com a duração de 45 segundos, e fornecimento de cassettes, com a transcrição dos filmes referidos.

Para a rádio previu-se a produção e realização de um spot radiofónico com a duração de 45 segundos, enquanto no sector da imprensa estava em jogo a concepção e maquetização de um anúncio a preto e branco, arte final e fotolitos.

Por fim, determinavam-se 30 inserções do filme publicitário nos dois canais da RTP, quatro passagens do denominado «filme institucional» apenas no primeiro programa, 30 inserções de um spot radiofónico, tendo como destino a Rádio Comercial e a Rádio Renascença, e a publicação de 86 anúncios na imprensa diária e não diária.

Na factura a que O Jornal teve também acesso são apresentados os custos finais da «Campanha Hospital de S. Francisco Xavier», assim discriminados: para a maquetização do anúncio destinado à imprensa são cobrados 7450 contos, enquanto os custos da distribuição representam 23 872 203S.

A estes valores, relacionados com a produção e distribuição, totalizando 31 322 203$, somam-se os «15% de comissão da agência, referente a todos os nossos serviços, bem como todas as despesas extras», cobrados pela P. A. — Consultores de Gestão e Organização, L.da, no valor de 4 698 330$, mais os 16% destinados ao IVA, atingindo-se, assim, um total de 41 783 818$.

A campanha começou na sexta-feira, 17 de Julho, ou seja, o dia imediato ao da formulação da proposta e da sua imediata aceitação e aprovação, bem como a emissão da factura respectiva.

Assim, nessa sexta-feira, 24 horas antes do inicio do período de reflexão anterior aos actos eleitorais, começavam a passar na televisão os anúncios. Na rádio, os spots de 45 segundos informavam a população de que Lisboa dispunha de mais um hospital, cuja inauguração tinha decorrido formalmente a ... 24 de Abril.

Na televisão, a campanha desenvolveu-se entre 17 e 26 de Julho, enquanto na Rádio Comercial os spots prosseguiram até ao fim daquele mês. Para a difusão pelos meios áudio-visuais, esse dia 17 de Julho foi, pois, um dia estratégico.

Na imprensa diária, A Capital publicou o primeiro anúncio a 18 de Julho, e a «novidade» era trazida no Diário de Noticias do dia das eleições.

De acordo com Silva Cruz, produtor da PLANIMA-GEM, agência de publicidade encarregada de conceber a campanha, a P. A. terá adjudicado esta acção publicitária em Junho. Aliás, aquela empresa publicitária tinha já desenvolvido campanhas para o Ministério da Saúde, nomeadamente as referentes ao centro das Taipas e ao serviço telefónico 115.

A informação do responsável da agência publicitária revela-se contraditória com a apresentação, pela P. A., da proposta de 16 de Julho ao Serviço de Utilização Comum dos Hospitais.

Segundo declarou ontem ao fim da tarde a O Jornal o chefe de gabinete de Leonor Beleza «fazia parte do contrato com a P. A. a informação à população da entrada em funcionamento de uma nova unidade hospitalar».

Recusando-se a classificar as iniciativas tomadas como publicidade, preferindo designá-las como «informação», Manuel Lemos, recordou, contudo, ser da responsabilidade do Ministério a exigência de uma campanha.

Apesar de se declarar desconhecedor da globalidade do processo, pois, segundo disse, «na altura não era chefe de gabinete da Ministra da Saúde», Manuel Lemos não deixou de confirmar que «o Ministério pagou à P. A. a campanha de divulgação».

Nuno Ribeiro — José Plácido Júnior (O Jornal, de 4 de Dezembro de 1987.)

P. A. — CONSULTORES DE GESTÃO E ORGANIZAÇÃO, L.DA

(Documento n.° 21)

Aos Serviços de Utilização Comum dos Hospitais:

Assunto: Proposta de campanha «Hospital de S. Francisco Xavier».

Vimos por este meio apresentar a VV. Ex." a nossa proposta de colaboração e orçamento para efectuar a campanha em epígrafe.

A campanha consistirá nas seguintes acções:

Produção: TV:

Produção e realização de um filme institucional com a duração de dois minutos.

Produção e realização de um filme publicitário com a duração de 45 segundos.

Fornecimento de dez cassettes com a transcrição dos filmes referidos.

Rádio — produção e realização de um spot radiofónico com a duração de 45 segundos.

Imprensa — concepção e maquetização de um anúncio a preto e branco, arte final e fotolitos......... 7 450 000S00

Distribuição:

30 inserções do filme publicitário no 1.° e 2.° programas da RTP........... 11 107 800S00

4 inserções do filme institucional no 1.° programa da RTP................... 3 937 200S00