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II SÉRIE-A — NÚMERO 1

Taxas de Juro activas de 90 dias

"VER DIÁRIO ORIGINAL"

~» Taxa de juro nominal -O— Taxa de juro real

Fonte: Associação

Portuguesa de Bancos

GRAFICO 1.2.2.

Em resumo, tanto a progressiva integração financeira da economia portuguesa nos mercados internacionais como o processo de desintermediação e de desregulamentação financeira reduziram a eficácia dos limites dè crédito. A inserção da economia portuguesa nos mercados financeiros internacionais, que representa uma mudança estrutural, alterou o impacte na economia dos diferentes instrumentos da política monetária.

O novo regime de crédito bancário recomendado, apesar de maior flexibilidade no respeitante à estrutura de fundos da 01M, impõe uma colaboração acrescida' das instituições de crédito com as autoridades monetárias em matéria de controlo monetário. Dados os objectivos estabelecidos para o crédito interno bancário recomendado para os dois semestres de 1990, à evolução do financiamento não monetário num ritmo mais modesto e entradas de capital dentro do projectado, a taxa de crescimento do agregado L- (liquidez detida pelo sector residente não financeiro) deverá situar-se no final de 1990 nos 12 % e a do crédito interno total em 12,3 %.

A utilização dos agregados monetários ou de liquidez como objectivos intermédios da política monetária ~fem apresentado dificuldades, dada a persistência de elevados volumes de entradas de capital e o carácter espontâneo da desintermediação financeira. O ajustamento nos instrumentos de controlo monetário às entradas de capital não apresenta dificuldades conceptuais. O mesmo não sucede para o caso de alterações estruturais do modo de financiamento da economia — o nível óptimo do stock dos activos financeiros é

afectado numa larga, mas indeterminada, extensão. Nestas condições, o cenário subjacente às projecções é mais difuso do que o habitual, tornando-se desejável uma maior flexibilidade na condução da política monetária, de molde a responder com maior agilidade a posteriores desenvolvimentos nos mercados monetários e cambial e no sistema financeiro.

A necessidade de maior discricionariedade na conduta da política monetária deve-se, essencialmente, à complexidade dos efeitos produzidos pelos choques exógenos referidos acima, que aumenta a incerteza do impacte das medidas monetárias. É essencial, portanto, uma maior margem de manobra para as autoridades monetárias, incrementando a eficácia da política monetária anti-inflacionista.

A gradual redução da inflação necessitará do contributo central das políticas monetária e cambial. Num quadro de elevada mobilidade de capitais, o regime de câmbios deslizantes constitui uma restrição importante à política monetária não acomodatícia, porque as entradas exógenas de capital se podem traduzir em aumento da base monetária. Por outro lado, o diferencial entre as taxas de juro doméstica e do exterior é condicionado pela evolução cambial esperada, limitando seriamente os esforços das autoridades na contenção e redução dos desequilíbrios macroeconómicos. Isto é, nas actuais condições, poderá haver conflito entre a estabilidade do valor externo e a estabilidade do , valor interno do escudo.

O imperativo do crescimento sustentado, tendo em vista a promoção do bem-estar dos Portugueses, traduz--se na busca de um quadro de estabilidade nominal, propício ao investimento produtivo por parte das empresas e à poupança das famílias. É essencial num período em que a taxa de inflação se encontra estabilizada promover acções concertadas com vista a uma redução sustentada e gradual, evitando o risco de novos choques, com efeitos cumulativos, na evolução dos preços. O actual nível de inflação e o diferencial da inflação em relação à média comunitária deverão ser reduzidos através de uma política monetária rigorosa, o que, conjugado com o requisito de flexibilidade, exige uma maior autonomia da política monetária.

Do ponto de vista da integração e convergência da economia portuguesa com as CE, a consolidação da integração económica, a par da integração financeira, constitui uma sequência natural, aliando-se uma sólida base económica aos benefícios derivados da abertura aos mercados financeiros internacionais. Uma inversão da referida ordem ou uma mais rápida integração . financeira não é propícia ao processo de integração eco-• nómica. Existe, portanto, uma coincidência das orientações da política monetária e da estratégia macroeconómica do processo de integração plena nas CE: o nível de mobilidade dos capitais encontra-se num patamar além do desejado tanto em termos da realização dos objectivos dã política monetária como da sequência da integração da economia portuguesa na economia comunitária.

O Banco de Portugal procurou limitar as entradas de capital por forma a aumentar a autonomia e a eficácia da política monetária. A contenção e a gradual redução da inflação dependem de um controlo monetário eficaz. Foi determinada a suspensão por um período indefinido de operações cambiais a prazo, por