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11 SÉRIE-A — NÚMERO 1

dida quer pelas suas correntes sectoriais de exportação, quer pela contribuição dos diversos sectores para a formação dos saldos comerciais externos, quer ainda pela dinâmica do investimento internacional de empresas portuguesas, que permita consolidar os pólos de especialização.

71 — Os desafios que atrás se referiram, vêm naturalmente dar ênfase às seguintes preocupações de natureza horizontal:

Maior intensidade tecnológica e maior capacidade

científica; Menor intensidade energética; Maior qualidade;

Maior capacidade de projecto, desenho e concepção de novos produtos e serviços;

Maior incorporação de mão-de-obra qualificada e tecnologicamente avançada;

Maior preocupação com os efeitos ambientais das actividades a desenvolver.

Mas exigem que se acelere a transformação da actual especialização internacional do País, em direcção a novos sectores ou segmentos de maior crescimento a nível europeu e mundial e com margens de rentabilidade elevadas, se localizados em Portugal, tendo em consideração que está já em curso um amplo processo de modernização dos sectores tradicionais.

A mudança da especialização internacional deve permitir explorar mais intensamente os mercados europeus, em produções com maiores perspectivas de crescimento e remuneração, incluindo uma mais forte e diversificada presença no mercado de Espanha. E, simultaneamente, deverá tornar possível explorar mercados complementares dos europeus, situados noutros continentes.

Esta mudança na especialização internacional poderá, por sua vez, contribuir, pelo tipo de sector a desenvolver e pelas soluções tecnológicas a aplicar, para reduzir a intensidade energética de crescimento económico, ainda excessivamente elevada no caso português. E será acompanhada de um esforço já em curso de diversificação das fontes de energia primária, nomeadamente com a introdução do gás natural.

Evolução da especialização Internacional e áreas de oportunidade

As áreas de forte crescimento da procura na Europa. — Em termos gerais, são áreas que se relacionam com um ou vários dos seguintes aspectos:

Terciarização crescente das economias, informatização dos serviços e desenvolvimento explosivo das comunicações;

Crescimento das indústrias de lazer e em especial das actividades ligadas ao audiovisual, acompanhando a própria globalização do mercado europeu desses produtos;

Envelhecimento gradual das populações e crescimento acelerado dos serviços e indústrias ligados à saúde e aos cuidados pessoais;

Congestionamento do espaço e dos sistemas de transporte a nível europeu, nomeadamente na sua zona central e ao mesmo tempo globalização crescente dos sistemas de transporte e comunicações e intensificação das relações com os outros continentes;

Peso crescente das questões associadas à poluição, nomeadamente nas que se associem aos actuais sistemas energéticos, levando por outro lado à valorização de regiões europeias;

Renovação substancial de infra-estruturas a nível europeu, que estão a atingir a obsolescência, após a redução dos investimentos públicos durante a década de 70, bem como abertura de uma enorme frente de trabalho de construção e obras públicas na Europa de Leste.

As áreas situadas em sectores maduros, mas objecto de forte investimento internacional ou de novas direcções de divisão de trabalho a nível europeu. — Podem constituir exemplos:

O sector automóvel e suas indústrias anexas;

Os sectores de bens intermédios da química e metalurgia e de transformação de matérias-primas;

Os sectores de recursos naturais, em que Portugal detém claras vantagens comparativas a nível europeu.

72 — A mudança da especialização internacional do País, tendo em conta as áreas de oportunidade referidas no quadro síntese, poderá ser feita em torno de algumas perspectivas, que poderão encontrar concretização em vários sectores de actividade, de que se darão seguidamente alguns exemplos, tendo sempre presente que caberá ao sector empresarial a identificação e concretização das escolhas quanto aos sectores, segmentos e produções que mudarão o perfil do comércio externo português, devendo o Pais como um todo (com o natural envolvimento do Estado), ampliar substancialmente a sua rede de informação destinada a apoiar essas escolhas.

No que respeita às mudanças da especialização internacional do País, são de assinalar, nomeadamente, quatro perspectivas:

Diferenciação relativamente às periferias exteriores à CE;

Aproveitamento da posição geográfica do País; Aproveitamento dos recursos endógenos; Internacionalização da base produtiva dos sectores tradicionais.

Diferenciação relativamente às periferias exteriores à CE

73 — Se bem que, no curto prazo, os países de Leste representem novos mercados para vários dos sectores exportadores tradicionais do Pais, a médio/longo prazo estes países e os do Norte de África tenderão, no seu conjunto, a apresentar uma especialização internacional que, em vários aspectos, se sobrepõe à de Potu-gal. Tratando-se, na maior parte dos casos, de sectores maduros, essa maior competição torna claro que as maiores oportunidades de crescimento do País se devem procurar em sectores e segmentos com forte procura mundial e ou em que o País se possa diferenciar daquelas periferias. Como exemplo de desenvolvimentos possíveis podem assinalar-se os seguintes:

Introduzir actividades com fortes perspectivas de crescimento da procura mundial e maior intensidade tecnológica, apoiando-se no reforço do sistema educativo e de I & D do País e na associação a operadores internacionais. Podem ser